Caracterização do perfil epidemiológico de vítimas carbonizadas necropsiadas no IML-SP entre 2010 e 2015
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2317-2770.v22i1p3-8Palavras-chave:
Antropologia Forense, Carboxihemoglobina, Gases Asfixiantes, Monóxido de Carbono.Resumo
O monóxido de carbono faz parte do grupo dos poluentes gasosos e pode agir como um poderoso asfixiante químico, sendo responsável por elevadas taxas de mortalidade no mundo. Quando inalada, essa substância se difunde facilmente pela membrana alvéolo-capilar, e, uma vez na corrente sanguínea, liga-se facilmente à hemoglobina, devido à alta afinidade existente entre esta molécula e o monóxido de carbono. Consequentemente, quando o monóxido de carbono é ligado a hemoglobina, ele assume uma nova conformação irreversível, chamada de carboxihemoglobina. No estado de São Paulo, os cadáveres carbonizados são periciados no Instituto Médico-Legal, mais especificamente no núcleo da Antropologia Forense, área especializada na aplicação do conhecimento antropológico que tem como um dos objetivos identificar o indivíduo e diagnosticar a causa da sua morte. O estudo da concentração de monóxido de carbono no cadáver permite inferir se a carbonização ocorreu ante ou post mortem. Esta informação é altamente importante em termos legais para a aplicação de penalidades, em casos criminais. O objetivo do presente estudo foi caracterizar o perfil epidemiológico das vítimas carbonizadas necropsiadas entre os anos de 2010 e 2015, a fim de estabelecer se o óbito ocorreu antes ou após a carbonização. Os dados de 214 vítimas foram estudados e as informações coletadas foram agrupados de acordo com gênero, faixa etária, raça, local onde o corpo foi encontrado, causa da morte, presença ou ausência do Sinal de Montalti e concentração de carboxihemoglobina. Quanto ao perfil das vítimas, a maioria era do sexo masculino (78,5%), tinha raça branca (39,2%) e idade entre 16 e 47 anos (90,4%). A causa da morte variou entre os anos estudados, os corpos foram encontrados com maior frequência nas vias públicas (36,4%), em 48,1 % dos cadáveres o Sinal de Montalti estava ausente e em 33,2% dos casos a carboxihemoglobina estavam abaixo de 9%. Assim, estes dados permitem concluir que a maioria dos indivíduos estavam sem vida quando ocorreram as lesões pelo fogo, ou seja, a carbonização ocorreu post mortem.Downloads
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Publicado
2017-06-10
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Seção
Artigo
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Como Citar
1.
Andrade LP, Alves PST, Fontes LR, Mielli AC. Caracterização do perfil epidemiológico de vítimas carbonizadas necropsiadas no IML-SP entre 2010 e 2015. Saúde ética justiça [Internet]. 10º de junho de 2017 [citado 20º de março de 2025];22(1):3-8. Disponível em: https://periodicos.usp.br/sej/article/view/142257