Trânsito de memórias: tomada e retomada de imagens do exílio durante a ditadura militar brasileira

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-7114.sig.2017.134294

Palavras-chave:

tomada e retomada, arquivos, ditadura militar.

Resumo

Neste artigo propomos analisar a origem de arquivos audiovisuais usados no documentário Retratos de identificação, de 2014, de Anita Leandro, que reconstitui a história de quatro militantes políticos durante a ditadura militar brasileira. O interesse pelo gesto da tomada, pelo olhar de quem segurou a câmera para produzir os testemunhos no exílio, nos levou ao cineasta Luiz Alberto Sanz, também militante político, preso, torturado e exilado. Fomos aos arquivos da polícia política buscar vestígios da história do cineasta para melhor compreender o que guardam essas imagens do olhar de quem as enquadra. Por fim, que novos sentidos ganham essas imagens e sons produzidos no exílio quando remontados no cinema documentário contemporâneo?

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Patrícia Furtado Mendes Machado, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

    Doutora em Comunicação e Cultura pela UFRJ. Doutorado-sanduíche pela Université Sorbonne Paris III (bolsa CNPQ). Professora de Cinema na PUC-Rio.

Referências

COMOLLI, J.-L. “Spectres de l’histoire”. In: LINDEPERG, S. La voie des imagens: quatre histoires de tournage au printemps-été 1944. Paris: Verdier, 2013. p. 193-222.

GAGNEBIN, J. M. Lembrar, escrever, esquecer. São Paulo: Editora 34, 2006.

______. O fio e os rastros: verdadeiro, falso e fictício. Tradução Rosa Freire d'Aguiar e Eduardo Brandão. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

GINZBURG, C.; PONI, C. “La micro-histoire”. Le Débat, Paris, v. 17, n. 10, p. 133-136, 1981.

GUNNING, T. “O retrato do corpo humano: a fotografia, os detetives e os primórdios do cinema”. In: CHARNEY, L.; SCHWARTZ, V. (Orgs.). O cinema e a invenção da vida moderna. 2. ed. São Paulo: Cosac Naify, 2004. p. 33-66.

JOFFILY, M. “Oban e DOI-CODI: elementos para um estudo”. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA, 22., 2005, Londrina. Anais eletrônicos… São Paulo: Anpuh, 2005. p. 1-7. Disponível em: <https://goo.gl/qK4BZs>. Acesso em: 18 out. 2017.

LEANDRO, A. “Cinema do exílio: entrevista com Luiz Alberto Sanz e Lars Säfström”. Aniki: Revista Portuguesa da Imagem em Movimento, Lisboa, v. 2, n. 2, p. 349-359, 2015a.

______. “Montagem e história: uma arqueologia das imagens da repressão”. In: BRANDÃO, A. S.; SOUSA, R. L. (Orgs.). A sobrevivência das imagens. Campinas: Papirus, 2015b. p. 103-120.

LINDEPERG, S. Nuit et Brouillard: un film dan l´histoire. Paris: Odile Jacob, 2007.

______. “Des lieux de mémoire portatifs: entretien réalisé par Dork Zabunyan”. Critique: Revue Générale des Publications Françaises et Étrangères, Paris, n. 814, p. 202-214, mar. 2015.

LISSOVSKY, M.; BASTOS, M. T. F. “A enunciação da vigilância nas fotografias da polícia política brasileira”. In: BRUNO, F.; KANASHIRO, M.; FIRMINO, R. (Orgs.). Vigilância e visibilidade: espaço, tecnologia e identificação. Porto Alegre: Sulina, 2010. p. 223-247.

MACHADO, P. Imagens que restam: a tomada, a busca dos arquivos, o documentário e a elaboração de memórias da ditadura militar brasileira. Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2016.

MACHADO, P.; BLANK, T. “A outra vida das imagens: elaborando memórias de um Brasil invisível”. Devires: Cinema e Humanidades, Belo Horizonte, v. 12, n. 2, p. 68-93, jul./dez. 2015.

SANZ, L. A. “Carta circular aos amigos e companheiros a quem, relapso, não tenho respondido”. In: CAVALCANTI, P. C. U.; RAMOS, J. (Orgs.). Memórias do exílio: Brasil 1964 – 19?? São Paulo, Arcádia, 1978. v. 1, p. 308-314.

VASCONCELOS, G. F. Subversivo: fragmentos da vida de Luiz Alberto Sanz. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Universidade Federal Fluminense: Niterói, 2015.

Referências audiovisuais

BRASIL: relato de uma tortura. Haskell Wexler e Saul Landau, Estados Unidos, 1971.

NÃO é hora de chorar. Luiz Alberto Sanz, Chile, 1971.

QUANDO chegar o momento (Dora). Luiz Alberto Sanz, Suécia, 1978.

RETRATOS de identificação. Anita Leandro, Brasil, 2014.

Downloads

Publicado

12/19/2017

Como Citar

Machado, P. F. M. (2017). Trânsito de memórias: tomada e retomada de imagens do exílio durante a ditadura militar brasileira. Significação: Revista De Cultura Audiovisual, 44(48), 202-222. https://doi.org/10.11606/issn.2316-7114.sig.2017.134294