Visões e construções sobre povo e raça no campo cinematográfico brasileiro dos anos 1950: as teses de Solano Trindade e de Nelson Pereira dos Santos
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2316-7114.sig.2015.90223Palavras-chave:
Cinema Brasileiro, raça, etnicidade, intelectuaisResumo
Este artigo pretende abordar duas teses apresentadas nos Congressos Brasileiros de Cinema do início dos anos 1950 para, em seguida, relacioná-las ao momento inicial da formação do campo cinematográfico brasileiro. Mais precisamente, analisaremos as teses Folclore e Cinema, apresentada por Solano Trindade no I Congresso Nacional do Cinema Brasileiro; e O problema do conteúdo no cinema brasileiro, apresentada por Nelson Pereira dos Santos no I Congresso Paulista do Cinema Brasileiro. A partir delas, analisaremos quais imagens de povo essas teses articularam em suas defesas. Nossa hipótese é de que, ao se valerem das idéias de Gilberto Freyre, estes intelectuais elegeram a imagem do povo brasileiro como a de um povo heterogêneo étnico-racial e culturalmente, porém em vias de integração. Não se trata aqui de afirmar que estes apenas reproduziram essas idéias, mas as usaram ativamente na conformação do habitus do campo cinematográfico à época.Downloads
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