Há diferença entre os fumantes e os não fumantes internados em um hospital psiquiátrico?
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1806-6976.smad.2024.217682Palavras-chave:
Tabagismo, Hospitais Psiquiátricos, Saúde Mental, Enfermagem PsiquiátricaResumo
Objetivo: comparar o perfil clínico, indicadores hospitalares e intercorrências psiquiátricas entre fumantes e não fumantesinternados em um hospital psiquiátrico. Metodologia: estudo epidemiológico transversal com consulta a prontuários de 573 egressos de internações em hospital psiquiátrico adepto à lei antifumo. Estatísticas descritivas, teste exato de Fisher e de Mann-Whitney. Resultados: dos 573 participantes, 48% fumantes. A média etária foi de 42,7 anos. O fumo foi mais prevalente entre quem tinha diagnóstico de transtornos psicóticos (48,4%), aqueles que usavam somente antipsicóticos de primeira geração (49,4%) e maiores dosagens de psicofármacos. As maiores proporções de admissões involuntárias ou por ordem judicial ocorreram entre os fumantes. A média de tentativas de fugas, episódios de agressões e de procedimentos para o seu manejo não foi elevada (variou de 0,2 a 1,3 entre os fumantes e de 0,1 a 0,9 entre os não fumantes). Conclusão: os dados evidenciaram maior resistência dos fumantes quanto à internação em um ambiente adepto à lei antifumo. Embora a cessação do tabagismo nesse público seja um desafio, negligenciá-la significa desvalorizar a vida das pessoas que têm transtornos mentais. Enfermeiros e demais profissionais devem ser incentivados a discutirem as evidências científicas acerca do tabagismo na população psiquiátrica.
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