(Re)pensando a interpretação forense Português-Libras
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2317-9511.v45p94-123Parole chiave:
Interpretação Forense, Estratégias, Equivalência Legal, LibrasAbstract
Pautando-se no papel da interpretação forense para a garantia dos princípios da isonomia e do devido processo legal, este artigo visa (re)pensar a práxis a partir de um quase-experimento de interpretação simultânea envolvendo dois participantes (um com conhecimento de domínio em interpretação forense e outro sem esse conhecimento). Testou-se o impacto do conhecimento de domínio para o produto, do ponto de vista dos erros e estratégias/táticas de ordem linguística. Partiu-se da hipótese de que o conhecimento de domínio obtido via formação específica otimiza a “equivalência legal” entre a mensagem-alvo e a mensagem-fonte. Os resultados sugerem indícios para sustentar a hipótese e, ao mesmo tempo, apontam decisões interpretativas que comprometem os princípios. Destaca-se, assim, a interpretação forense como uma práxis altamente especializada que requer formação específica.
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