Questões metodológicas em Guerra e paz: causação, agência e refiguração
DOI :
https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2016.105990Mots-clés :
Metodologia das Ciências Sociais, causação, refiguração, TolstóiRésumé
Guerra e Paz, obra magna de Tolstói, transcende o âmbito literário e suscita questões filosóficas e metodológicas. O objetivo aqui é tomá-la como ponto de partida para a discussão de questões como as da causalidade e da agência e de questões contemporâneas como as da linguagem e da escrita, na metodologia das ciências sociais. Numa primeira parte, procura-se mostrar como a discussão sobre as causas da invasão napoleônica elaborada por Tolstói em seu romance histórico traz elementos que prefiguram o debate sobre explicação e compreensão na filosofia analítica a partir de meados do sec. XX. A seguir discute-se, sob influência das práticas composicionais de Tolstói e da ideia de circularidade tempo-narrativa de Ricoeur, o potencial metodológico da refiguração narrativa para interpretar as relações entre arte, sociedade e história.
##plugins.themes.default.displayStats.downloads##
Références
Berlin, Isaiah. (1953), Te hedgehog and the fox: an essay on Tolstoy’ view of history. Londres, Weidenfeld & Nicolson.
Chklovski, Victor. (1971), “A arte como procedimento”. In: Toledo, D. O. Teoria da literatura: formalistas russos. Porto Alegre, Globo, pp. 39-56.
Collingwood, Robin G. (1994), “Human nature and human history”. In: Martin, Michael & Mcintyre, Lee (eds.). Readings in the philosophy of social science. Cambridge, mit Press, pp. 163-171.
Hegel, G. W. F. (1975), Principios de la flosofa del derecho o derecho natural y ciencia política. Buenos Aires, Sudamericana.
Hobbes, Tomas. (1997), Leviatã. São Paulo, Nova Cultural.
Jameson, Frederic. (2007), “O romance histórico ainda é possível?”. Novos Estudos-Cebrap, 77: 185-203.
Kant, Immanuel. (1989), À paz perpétua. Porto Alegre, l&pm.
Mc Lean, Hugh. (2008), In quest of Tolstoy. Brighton, ma, Academic Studies.
Michel, Johann. (2003), “Narrativité, narration, narratologie: du concept ricoeurien d’identité narrative aux sciences sociales”. Revue Européenne des Sciences Sociales, xli-125. Disponível em http://ress.revues.org/562, consultado em 3/6/2012.
Mill, John Stuart. (1999), Lógica das ciências morais. São Paulo, Iluminuras.
Miller, Robin Feuer. (2010), “Tolstoy’s peaceable kingdom”. In: Orwin, Donna Tussing (ed.). Anniversary essays on Tolstoy. Londres/Nova York, Cambridge University, pp. 52-76.
Morson, Gary Saul. (1991), “Bakhtin, genres, and temporality”. New Literary History, 4 (22):1071-1092.
______. (1987), Hidden in plain view: narrative and creative potentials in “War and Peace”. Stanford, Stanford University.
______. (2003), “Narrativeness”. New Literary History, 1 (34): 59-73.
Nunes, Jordão Horta. (2005). As metáforas nas ciências sociais. São Paulo/Goiânia, Humanitas/ufg.
Ricoeur, Paul. (2012), Tempo e narrativa: a intriga e a narrativa histórica. São Paulo, Martins Fontes, vol. 1.
Thompson, John B. (1995), Ideologia e cultura moderna: teoria social crítica na era dos meios de comunicação de massa. Petrópolis, rj, Vozes.
Tolstói, Liev. (1904), “God sees the truth but does not tell at once”. In: ______. Fables for children. Trad. Leo Wiener. Boston, Dana Estes & Company.
______. (1904), Myconfession: introduction to teology and teaching. Trad. Leo Wiener. Boston, Dana Estes & Company.
______. (s. d), Sonata a Kreutzer. In: Tolstói, L. Três novelas. Trad. Boris Schnaiderman. São Paulo, Círculo do Livro.
______. (1917), Te diaries of Leo Tolstoy. Youth. Trad. C. J. Hogarth e A. Sirnis. Nova York, E. P. Dutton.
______. (2011), Guerra e paz. Trad. Rubens Figueiredo. São Paulo, Cosac Naify.
Von Wright, George Henrik. (1971). Explanation and understanding. Londres, Routledge & Kegan Paul.
White, Hayden. (2007), “Against historical realism”. New Lef Review, 46: 89-112.
Téléchargements
Publiée
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Copyright Tempo Social 2016

Ce travail est disponible sous licence Creative Commons Attribution - Pas d’Utilisation Commerciale 4.0 International.