O fim da velha divisão? Público e privado na era da internet
DOI:
https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2021.176201Palavras-chave:
Internet, Distinção público-privado, Privacidade, Democracia, VigilânciaResumo
A emergência da internet impôs desafios à distinção público/privado – que é estruturadora de muitos modelos que pensam o mundo social, de instituições e de normas jurídicas. (1) A homologia entre localização espacial e acesso a uma ou outra esfera é cada vez menos sustentável. (2) Há uma transição sem solução de continuidade da comunicação privada para a exposição pública. (3) A exposição pública perde seu contexto, já que pode ser reprodutível para qualquer outra audiência. (4) A privacidade fica em suspenso diante da vigilância sobre as trocas comunicativas on-line, incluindo aquelas que seriam privativas. O artigo analisa os efeitos da disparidade entre os pressupostos da normatização jurídica vigente e a experiência socialmente estruturada.
Downloads
Referências
Assange, Julian. ([2012] 2013), Cypherpunks: liberdade e o futuro da internet. São Paulo, Boitempo.
Benkler, Yochai. (2006), The wealth of networks. New Haven, Yale University Press.
Bruno, Fernanda (2008), “Monitoramento, classificação e controle nos dispositivos de vigilância digital”. In: Antoun, Henrique (org.). Web 2.0. Rio de Janeiro, Mauad x.
Cohen, Jean L. (1997), “Rethinking privacy”. In: Weintraub, Jeff & Kumar, Krishan (eds.). Public and private in thought and practice. Chicago, The University of Chicago Press.
Dantas, Marcos (2010), “Convergência digital: entre os ‘jardins murados’ e as praças públicas”. In: Sel, Susana (comp.). Políticas de comunicación del capitalismo contemporâneo. Buenos Aires, Clacso.
Dertouzos, Michael. (1997), O que será: como o novo mundo da informação transformará nossas vidas. São Paulo, Companhia das Letras.
Frezza, Bill. (5 jun. 1995), “Internet: killer virus of the State”. Interactive Age: 13.
Gates, Bill. (1995), A estrada do futuro. São Paulo, Companhia das Letras.
Hardt, Michael & Negri, Antonio. ([2009] 2016), Bem-estar comum. Rio de Janeiro, Record.
Kant, Immanuel. ([1796] 1995), “A paz perpétua”. In: A paz perpétua e outros opúsculos. Lisboa, Edições 70.
Lévy, Pierre. (1994), L’intelligence collective. Paris, La Découverte.
Lyon, David. (2017), “Surveillance culture”. International Journal of Communication, 11: 824-42.
Mason, Paul. ([2015] 2017), Pós-capitalismo. São Paulo, Companhia das Letras.
Mc Chesney, Robert. (2013), Digital disconnect. Nova York, The New Press.
Meireles, Adriana Veloso. (2016), “Autonomia e privacidade no ambiente digital”. Revista Eletrônica de Ciência Política, 7 (2): 4-22.
Miguel, Luis Felipe. (2000), “As novas tecnologias e a democratização da informação”. Lugar Comum, 9-10: 133-45.
Negroponte, Nicholas. ([1995] 1997), A vida digital. São Paulo, Companhia das Letras.
Nissenbaum, Helen. (1997), “Toward an approach to privacy in public”. Ethics and Behavior, 7 (3): 207-19.
Nissenbaum, Helen. (2009), Privacy in context. Stanford, Stanford University Press.
Papacharissi, Zizi. (2009), “The virtual sphere 2.0”. In: Chadwick, Andrew & Howard, Philip N. (eds.). Routledge handbook of Internet politics. Abingdon, Routledge.
Papacharissi, Zizi. (2015), Affective publics. Oxford, Oxford University Press.
Roesler, Átila. (22 jul. 2018), “Sobre a nova Lei n. 13.271/2016 e a revista íntima e de pertences de trabalhadores”. Juízes para a Democracia. Disponível em http://ajd.org.br/sobre-a-nova-lei-n-13-271-2016-e-a-revista-intima-e-de-pertences-de-trabalhadores/, consultado em 13/08/2018.
Ronson, Jon. (2015), Humilhado: como a era da internet mudou o julgamento público. Rio de Janeiro, BestSeller.
Rubenfeld, Jed (2009), “Privacy’s end”. In: Powell, H. Jefferson & White, James Boyd (eds.).
Law and democracy in the empire of force. Ann Arbor, The University of Michigan Press. Shankland, Stephen. (13 maio 2008), “Google begins blurring faces in Street View”. C-Net. Disponível em https://www.cnet.com/news/google-begins-blurring-faces-in-street-view/, consultado em 11/01/2018.
Untersinger, Martin. (19 abr. 2018), “Facebook prive 1,5 milliard d’utilisateurs du droit européen sur les donnés”. Le Monde: 5.
Weintraub, Jeff. (1997), “The theory and politics of the public/private distinction”. In: Weintraub, Jeff & Kumar, Krishan (eds.). Public and private in thought and practice. Chicago, The University of Chicago Press.
Zuboff, Shoshana. (2019), The age of surveillance capitalism. Nova York, Public Affairs.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Luis Felipe Miguel, Adriana Veloso Meireles

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.