Arte-Axé: A poesia decolonial dos Orikis Visuais
Palabras clave:
Arte-Axé, Orikis Visuais, Repertório, DecolonialidadeResumen
Este artigo visa evidenciar as visualidades contemporâneas afrocentradas do Sul Global como formas de resistência decoloniais. Para isso, será fundamental realizar a análise de parte do repertório poético do professor, curador e artista baiano Ayrson Heráclito. O devir-ritual do artista é relevante no combate aos estigmas deixados às populações negras transatlânticas diaspóricas. Conjuntamente, é preciso compreender as violências praticadas durante o período em que os corpos escravizados foram racializados, sobrepostos culturalmente, subalternizados socialmente e demonizados por pertencerem às religiões de matrizes africanas, por mecanismos provenientes da dominação colonial. O objetivo principal é demonstrar em qual momento sua poética estético-política rompe com o pensamento hegemônico ocidental, mantido pelo colonialismo eurocêntrico, mediante as experiências estético-performáticas que ele propõe. A metodologia qualitativa é realizada por intermédio da observação e análise dos elementos visuais e poéticos da sua obra. O resultado problematiza as consequências deixadas pelos processos de dominação colonial, e como estas podem ser tratadas por expressões poéticas decoloniais. Logo, sua produção artística possibilitou articular pensamentos que promovem a ruptura das estruturas que tentam manter corpos negros em condições que limitam suas formas de viver, ser e estar no mundo. Assim, as visualidades afrocentradas tornam-se essenciais no processo de cura e reversão das violências epistêmicas, culturais e simbólicas, às quais fomos e somos submetidos desde o período colonial.