Síndrome miofascial: comparação entre o tratamento com infiltração de trigger points e medicação oral (ciclobenzaprina)

Autores

  • Rita Nely Vilar Furtado Universidade Federal de São Paulo
  • Simone Carazzato Universidade Federal de São Paulo
  • Carolinne Atta Farias Universidade Federal de São Paulo
  • Therezinha Rosane Chamlian Universidade Federal de São Paulo
  • Danilo Masiero Universidade Federal de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2317-0190.v9i3a102371

Palavras-chave:

Síndromes da Dor Miofascial, Técnicas de Fisioterapia, Ciclobenzaprina, Algometria, Reprodutibilidade

Resumo

Objetivo: Comparar os efeitos da infiltração de trigger points com xilocaína a 1% com o uso da ciclobenzaprina no tratamento a curto prazo da síndrome miofascial (SMF) de trapézio. Material e métodos: Estudo prospectivo controlado randomizado com avaliador “cego” em 38 pacientes com SMF de trapézio. Intervenção realizada no grupo teste (IF) (n = 18): infiltração com xilocaína a 1% em, no máximo, 06 trigger points de trapézio; no grupo-controle (CB) (n = 20) foi fornecido 10 mg/dia de ciclobenzaprina por 15 dias. Os pacientes foram avaliados no tempo zero (T0), em sete (T7), quinze (T15) e trinta dias (T30). Instrumentos de avaliação: escala visual analógica de dor global (EVA de dor global), escala visual analógica de dor à compressão digital de trigger points (EVA de dor à compressão), questionário resumido para dor de McGill. Foi realizada a avaliação da reprodutibilidade interobservador (RI) para EVA de dor à compressão digital. Resultados: Os pacientes apresentaram na avaliação inicial a média de trigger points de 2,0 (+ 0,5), taut band de 3,05 (+ 0,8) e tender spots de 4,64 (+ 1,15). A RI para EVA à compressão mostrou-se boa (pearson > 0,8). Observou-se tendência (p > 0,05) a maior variação do escore de dor (McGill) no grupo-teste, maior variação do tipo de dor e maior incidência de efeitos colaterais no grupo-controle. Ambos os grupos melhoraram ao término do acompanhamento (p < 0,05). A média das variações da EVA de dor global no T7 (-24,2% (+62,8 CB X -40% + 50,9 IF p = 0,19), T15 (-37,6% + 48,4 CB X -50% + 44,8 IF p = 0,3) e T30 (-50% + 60 CB X -70,8% +44,7 IF p = 0,14) foi maior no grupo-teste porém sem significância estatística. Esta tendência também se observou na média das variações da EVA de dor à compressão digital no T7 (-26,8% + 35,34 CB X - 46,5% ( 44,4 IF p = 0,24), no T15 (-38,8% + 38,2 CB X -56,2% + 34,3 IF p = 0,44) e no T30 (-46,6% + 38 CB X -53% + 34,4 IF – p = 0,38), porém mais uma vez sem significância estatística. Conclusão: A semelhança do efeito da ciclobenzaprina com o da infiltração de trigger points permite a indicação da primeira no tratamento de pacientes com SMF de trapézio e questiona a indicação invariável da infiltração de trigger points.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

BASMAJIAN JV. Eletro Fisiologia de la Acción Muscular. Buenos Aires: Panamericana;1976.

DANGELO JG, FAHINI CA. Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar. 2 ed. Sao Paulo: Atheneu; 1995.

DANIELS L, WORTH INGHAM C. Provas de Funçao Muscular. 3 ed. Rio de Janeiro: Interamericana; 1975.

FREITAS V, VIHI M. Eletro myographic Study of the Trapezius (Middle Portion) and Rhomboideus Major Muscles in Free Circumduction and Pendular Movements of the Arm. Anat Anz Jena. 149:265-269,1981.

FREITAS V, VIHI M. Eletromyographic Study of the Trapezius (Pars Media) and Rhomboideus Major Muscles in Movements of the Arm (part 2). Eletromyogr Clin Neurophysiol. 21:479-485,1981b.

KOVERO O, KONONEN M. Signs and Symptoms of Temporomandibular Disorders in Adolescent Violin Players. Acta Odontol Scand. 54(4):271-274,1996.

LINDMAN R, ERIKSSON A, THORNELL LE. Fiber Type Composition of the Human Female Trapezius Muscle: enzyme-histochemical characteristics. J Anat. 190:385-392,1991.

LLORCA FO. Anatomia Humana. 3 ed. Barcelona: Científico-Médica; 1963.

MONGINI F. ATM e Músculos Craniocervicofaciais - Fisiopatologia e Tratamento. Sao Paulo: Santos; 1998.

POGREL MA, MCNEILL C, KIM JM. The assessment of trapezius muscle symptoms of patients with tempo-romandibular disorders by the use of liquid crystal thermography. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 82:145-151,1996.

RIBERTO M, IMAMURA M, KAZIYAMA HHS, IMAMURA ST. Dor miofacial em pacientes com osteoartrose do quadril. Acta Fisiátr. 4(2):90-96,1997.

ROCABADO SEATON M. Cabeza y Cuello - tratamiento articular. Buenos Aires: Inter-Médica; 1979.

SAITO T, MORI M, CAMPOS TN, NETO PT. Oclusao e Disfunçao em Pacientes Dentados. In: Barros JJ, Rode SM. Tratamento das disfunçöes craniomandibulares: ATM. Säo Paulo: Santos; 1995.

SPERBER GH. O Craniofacial Embryology. 4 ed. Oxford; Wright: 1993.

TESTUT L, LATARJET A. Tratado de Anatomia Humana. Barcelona: Salvat; 1959.

VASCONCELLOS HA. Músculos da mastigaçao e da coluna cervical: estudo anatomofuncional aplicado. OM. 41(4):13-17,1989.

WOODBURNE RJ. Anatomia Humana. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1984.

Downloads

Publicado

2002-12-09

Edição

Seção

Artigo Original

Como Citar

1.
Furtado RNV, Carazzato S, Farias CA, Chamlian TR, Masiero D. Síndrome miofascial: comparação entre o tratamento com infiltração de trigger points e medicação oral (ciclobenzaprina). Acta Fisiátr. [Internet]. 9º de dezembro de 2002 [citado 18º de julho de 2024];9(3):117-26. Disponível em: https://periodicos.usp.br/actafisiatrica/article/view/102371