A utilização do biofeedback no tratamento fisioterápico da paralisia facial periférica

Autores

  • Fátima Goulart Universidade Federal de Minas Gerais
  • Karina Simone de Souza Vasconcelos Universidade Federal de Minas Gerais
  • Margareth Rosy Vilasboas de Souza Universidade Federal de Minas Gerais
  • Patricia Barcelos Pontes Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2317-0190.v9i3a102373

Palavras-chave:

Paralisia Facial, Biofeedback, Reabilitação, Fisioterapia

Resumo

A paralisia facial periférica (PFP) é caracterizada como uma lesão do nervo facial que altera as funções da musculatura da face podendo ser causada por fatores traumáticos, infecciosos, idiopáticos e outros. Naqueles casos que evoluem para a forma crônica, as complicações mais comuns são o ressecamento corneano e as sincinesias. Além disso, essa doença gera incapacidades físicas, psicológicas e sociais. Várias técnicas fisioterápicas foram propostas para o tratamento da PFP, porém, muitas não consideram a especificidade do sistema neuromotor facial e nenhuma se destaca como sendo a mais efetiva. Esse artigo faz uma revisão bibliográfica sobre o uso do biofeedback na PFP, ressaltando técnicas, características e efeitos do tratamento. O biofeedback é uma técnica que utiliza referências visuais ou auditivas por meio da eletromiografia, do espelho ou de outros recursos, para fornecer ao indivíduo informações sobre sua performance motora. Essa técnica associada a exercícios específicos tem sido apontado como benéfico no tratamento da PFP. Os principais efeitos alcançados são a melhora do controle e da coordenação do movimento e a redução da assimetria e sincinesia, por um processo de aprendizado motor. Fatores como início precoce, maior duração do tratamento, acompanhamento posterior e adesão dos sujeitos parecem influenciar a obtenção de resultados positivos. Apesar das inúmeras vantagens apontadas na literatura para a utilização do biofeedback na PFP, os estudos revisados não consideram a heterogeneidade dos sujeitos submetidos ao tratamento e não determinam quais características realmente alteram a recuperação dos indivíduos em tratamento com biofeedback. Além disso, os efeitos do biofeedback a longo prazo não estão estabelecidos e a manutenção de um programa domiciliar orientado parece ser necessário.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Lucena ACT. Fisioterapia na paralisia facial periférica. Sao Paulo: Lovise; 1993.

Brodal A. Anatomia neurológica com correlaçoes clínicas. 3 ed. Sao Paulo: Roca; 1979.

Noya M, Pardo J. Diagnóstico y tratamiento de la parálisis facial. Neurol. 1997;12(1):33-40.

Abbey SH. Doenças do nervo facial. In: Jafek BW, Stark AK. Segredos em otorrinolaringologia: respostas necessárias ao dia-a-dia em rounds, na clínica, em exames orais e escritos. Porto Alegre: Artmed; 1998. p. 161-9.

Peña J, León N, Martinez M. Parálisis facial. Rev Neurol. 1995;24(3Suppl):S318-21.

Rodríguez D, Zaldivar I, Guarderas J, Elizabeth E, Padua G, Contreras C. EMG biofeedback techinque improves muscular activity in patientes with hypoglossal-facial anastomosis. Arch Neurocien. 1997;2(2):134-7.

Pratt NE. Head and neck: cranial nerves and related Structures. In: Clinical Musculoskeletal Anatomy. Philadelphia: J.B. Lippincott; 1991. p. 260-76.

Bikhazi NB, Maas CS. Refinement in the rehabilitation of the pralyzed face using botulinum toxin. Otolaryngol Head Neck Surg. 1997;117(4):303-7.

VanSwearingen JM, Brach JS. Validation of a treatmentbased classification system for individuals with facial neuromotor disorders. Phys Ther. 1998;78(7):678-89.

Rickenmann J, Jaquenod C, Cerenko D, Fisch, U. Comparative value of facial nerve grading. Otolaryngol Head Neck Surg. 1997;117(4):322-5.

Corral-Romero MA, Bustamente-Balcárcel A. Biofeedback rehabilitation in seventh nerve paralysis. Ann Otol Rhinol Laryngol. 1982;91(2 Suppl):166-8.

Diels JH, Combs D. Neuromuscular retrainig for facial paralysis. Rehabil Neurol Dis. 1997;30(5):727-43.

Brach JS, VanSwearingen JM, Lenert J, Johnson PC. Facial neuromuscular retraining for oral synkinesis. Plast Reconstr Surg. 1999;99(7):1922-33.

VanSwearingen MJ, Cohn J.F, Turnbull J, Mrzai T, Johnson P. Psychological distress: linking impairment with disability in facial neuromotor disorders. Otolaryngol Head Neck Surg. 1998;118(6):790-6.

Ross B, Nedzelski JM, Mclean JA. Efficacy of feedback training in long-standing facial nerve paresis. Laryngoscope. 1991;(101):744-50.

Chem RC, Gomes RSG, Previtali ALS. Paralisia facial: conduta de tratamento e avaliaçao de resultados. Rev AMRIGS. 1996;40(1):3-7.

Flores PF, Zazueta RM, García LH. Tratamiento de la parálisis facial periférica idiopática: terapia física x prednisona. Rev Méd IMSS. 1998;36(3):217-21.

Voss DE, Ionta MK, Myers BJ. Facilitaçao neuromuscular proprioceptiva. In: Estímulo das funçoes vitais e relacionadas. Sao Paulo: Medicina Panamericana, 1987. p. 331-43.

Käfer JP. Tratamiento de la parálisis facial. Arq Neuropsiquiatr. 1954;12:361-76.

Seiff SR, Boerner M, Carter SR. Treatment of facial palsies with external eyelid weights. Am J Ophtalmol. 1995;120:652-7.

Linder ET, Pike EV, Linstrom JC. Early eyelid rehabilitation in facial nerve paralysis. Laryngoscope. 1996;(106):1115-8.

Segal B, Hunter T, Danys I, Freedman C, Black M. Minimizing synkinesis during rehabilitation of the paralyzed face: preliminary assessment of a new small-movement therapy. J Otolaryngol. 1995;24(3):149-53.

Villanueva CVL. Manual de biofeedback. Madrid: Fundación Mapfre; 1988.

Walravens S. Using EMG-biofeedback in the treatment of facial paralysis. Acta-Oto-Rhino-Laryngol Belg. 1986;40(1Suppl l):S174-7.

Hammerschlag PE. Facial reanimation with jump interpositional graft hypoglossal facial anastomosis and hypoglossal facial anastomosis: evolution in management of facial paralysis. Laringoscope. 1999;(109):1-23.

Brudny J, Hammerschlag PE, Ranshog J, Cohen NL. Electromyographic rehabilitation of facial function and introduction of a facial paralyses grading scale for hypoglossal-facial nerve anastomosis. Laryngoscope. 1988;98:405-10.

Segal B, Zompa I, Danys I, Black M, Shapiro M, Melmed C, Arthurs B. Symmetry and synkinesis during rehabilitation of unilateral facial paralysis. J Otolaryngol. 1995;24(3):143-8.

Brach JS, VanSwearingen JM. Physical therapy for facial paralysis: A tailored treatment approach. Phys Ther. 1999;79(4):397-404.

Hammerschlag PE, Brudny J, Ranshog J, Cohen NL. Hypoglossal-facial nerve anastomosis and electromyographic rehabilitation. Laryngoscope. 1987;(97):705-9.

Booker HE, Rubow RT, Coleman PJ. Simplified feedback in neuromuscular retrening; an automated approach using electrmyographic signals. Arch Phys Med Rehab. 1969;(50):621-5.

Brown DM, Nahai F, Wolf S, Basmajian JV. Electromyographic biofeedback in the reeducation of facial palsy. Am J Phys Med. 1978;57(4):183-9.

Gallegos X, Medina R, Espinoza E, Bustamente A. Electromyographic feedback in the treatment of bilateral facial paralysis: a case study. J Behav Med. 1992;15(5):533-9.

Diels JH. Facial paralysis: is there a role for a therapist? [Abstract] Facial Plast Surg. 2000;16(4):361-4.

Ross B, Fradet G, Nedzelski JM, Development of a sensitive clinical facial grading system. Otolaryngol Head Neck Surg. 1996;114(3):380-6.

Shiau J, Segal B, Danys I, Freedman R, Scott S. Long-term effects of neuromuscular rehabilitation of cronic facial paralysis. J Otolaryngol. 1995;24(4):217-20.

Downloads

Publicado

2002-12-09

Edição

Seção

Artigo de Revisão

Como Citar

1.
Goulart F, Vasconcelos KS de S, Souza MRV de, Pontes PB. A utilização do biofeedback no tratamento fisioterápico da paralisia facial periférica. Acta Fisiátr. [Internet]. 9º de dezembro de 2002 [citado 18º de julho de 2024];9(3):134-40. Disponível em: https://periodicos.usp.br/actafisiatrica/article/view/102373