Impacto da violência por arma de fogo em adolescentes e jovens internados em hospital de referência com base na Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde
DOI:
https://doi.org/10.5935/0104-7795.20170036Palavras-chave:
Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde, Violência, Ferimentos por Arma de Fogo, Adolescente, Adulto JovemResumo
A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) gera informações em saúde e permite a identificação do impacto na funcionalidade em diferentes situações clínicas, como por exemplo, nas perfurações por arma de fogo (PAF). Objetivo: Descrever o impacto da violência por arma de fogo em adolescentes e jovens internados em hospital de referência terciária em trauma com base na CIF. Método: Trata-se de um estudo descritivo, transversal, quantitativo, realizado de junho a dezembro de 2014, em Fortaleza - CE, Brasil. A amostra foi de 231 participantes, ambos os gêneros, com idade de 12 a 24 anos. Aplicou-se uma lista resumida da CIF em dois momentos, na admissão e alta hospitalar. Resultados: As categorias mais alteradas do componente Atividade e Participação na admissão foram mobilidade (72,27%), interações e relacionamentos interpessoais (65,4%) e autocuidado (37,8%); e do componente Funções do Corpo foram respiratórias (26,71%), sensoriais e dor (25,35%), voz e fala (20,1%), mentais (13,26%), neuromusculoesqueléticas e relacionadas ao movimento (11,04%). Na alta, as categorias mais alteradas do componente Atividade e Participação foram interações e relacionamentos interpessoais (64,5%), mobilidade (36,79%) e autocuidado (29,29%); e do componente Funções do Corpo foram sensoriais e dor (23,38), voz e fala (16,8%), mentais (13,26%), neuromusculoesqueléticas e relacionadas ao movimento (10,45%), e do sistema respiratório (5,05%). Categorias relacionadas à mobilidade e respiração foram as que demonstraram maiores percentuais de melhora na alta, enquanto as funções sensoriais e atividades relativas à interação interpessoal foram as que indicaram menor percentual de melhora. Conclusão: Esta classificação possibilitou traçar um perfil de funcionalidade destes indivíduos e codificar a informação por meio da CIF, detectando-se o risco de incapacidade funcional no momento da admissão e da alta, elementos decisivos para a resolução das realidades clínicas.
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