Mobilidade funcional, força, medo de cair, estilo e qualidade de vida em idosos praticantes de caminhada
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2317-0190.v25i1a158829Palavras-chave:
Idoso, Limitação da Mobilidade, Aptidão Física, Estilo de Vida, Qualidade de VidaResumo
O processo de envelhecimento envolve modificações no desempenho locomotor que podem predispor os idosos a quedas e alterações na qualidade de vida. Objetivo: Comparar o medo de cair, mobilidade funcional, força de membros inferiores, estilo e qualidade de vida em idosos sedentários e praticantes caminhada. Método: Trata-se de estudo transversal observacional do qual participaram 51 idosos, 25 praticantes de caminhada (GCam) e 26 sedentários (GSed), submetidos à avaliação de mobilidade funcional (Timed Up and Go - TUG), da força de membros inferiores (teste senta-levanta), medo de cair (Escala Internacional de Eficácia de Quedas - FES-I), estilo de vida (questionário FANTASTICO) e Qualidade de vida (SF-36). Resultados: Não houve diferença entre os grupos em relação às médias de idade, distribuição de gênero e índice de massa corporal. Os participantes do GCam apresentaram mobilidade funcional significantemente melhor (9,45±2,68 vs. 14,97±6,55 segundos; p=0,001) que os do GSed, e menos medo de cair (23,16±5,33 vs. 29,04±10,22; p=0,01). O estilo de vida também foi superior entre os praticantes de caminhada (79,84±5,52 vs. 67,19±10,35; (p=0,0001). Em relação à qualidade de vida, o GCam apresentou escores maiores nos domínios capacidade funcional (p=0,013), limitações por aspecto físico (p=0,17) e limitações por aspectos emocionais (p=0,05). Já no domínio dor, o GCam apresentou pior resultado (p=0,05) em relação ao GSed. Conclusão: Idosos praticantes regulares de caminhada possuem melhor resultados em relação à mobilidade funcional, habilidade de levantar e sentar, menos medo de cair, melhor estilo de vida e alguns domínios da qualidade de vida do que idosos sedentários.
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