Dependência funcional e fatores associados em idosos de uma macrorregião de saúde

Resumo

Objetivo: Verificar a dependência funcional para a realização das atividades básicas, instrumentais e avançadas da vida diária entre idosos e seus fatores associados. Método: Estudo transversal e analítico, com 1.611 idosos da comunidade de uma Macrorregião de Minas Gerais. Na coleta dos dados utilizaram-se: Miniexame do Estado Mental; Questionário estruturado elaborado pelo Grupo de Pesquisa em Saúde Coletiva; versão brasileira Short Physical Performance Battery; Índice de Katz; Escalas de Lawton & Brody e Atividades Avançadas da Vida Diária e fenótipo de fragilidade. Procederam-se as análises descritiva e regressão logística múltipla (p<0,05). Resultados: 6,5% dos idosos eram dependentes para as atividades básicas; 70,7% dependentes parcial/total para as atividades instrumentais e 25,1% tinham menor participação nas atividades avançadas. A dependência para as atividades básicas e instrumentais da vida diária associou-se à faixa etária de 80 anos ou mais (p= 0,001; p<0,001); presença de 5 ou mais morbidades (p= 0,023; p= 0,017); incapacidade/baixo desempenho físico (p<0,001; p<0,001) e pré-fragilidade/fragilidade (p= 0,015; p<0,001), respectivamente. A dependência para as atividades instrumentais também foi associada à ausência de escolaridade (p<0,001). Já a menor participação nas atividades avançadas associou-se à ausência de escolaridade (p<0,001); renda individual mensal ≤ 1 salário-mínimo (p<0,001); incapacidade/baixo desempenho físico (p<0,001) e pré- fragilidade/fragilidade (p<0,001). Conclusão: Os idosos apresentaram maior percentual de dependência para realização das atividades instrumentais. A saúde física está relacionada à dependência funcional do idoso, independente da complexidade das atividades cotidianas; e deve ser considerada no planejamento de intervenções direcionadas à prevenção e/ou reabilitação do declínio funcional nesse grupo etário.