Comportamento sedentário e sua associação com incapacidade funcional em idosos
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2317-0190.v29i2a193151Palavras-chave:
Independência Funcional, Atividades Cotidianas, Comportamento Sedentário, IdosoResumo
Atividades sedentárias são frequentes em idosos, tornando importante avançar o conhecimento sobre o comportamento sedentário (CS) e sua relação com a capacidade funcional da população idosa, a fim de contribuir para implementação de intervenções de promoção à saúde. Objetivo: Identificar pontos de corte do CS para rastreio de incapacidade funcional e verificar sua associação com a presença de incapacidade nas atividades básicas (ABVDs) e instrumentais (AIVDs) da vida diária em idosos comunitários. Métodos: Tratou-se de um estudo transversal, domiciliar, realizado com 308 idosos comunitários. As incapacidades nas ABVDs e AIVDs foram avaliadas pelo Multidimensional Functional Assessment Questionnaire. Idosos com relato de “pouca/muita dificuldade” ou “incapacidade total” para realizar ao menos uma tarefa em cada domínio foram classificados com incapacidade. O tempo despendido em CS foi avaliado pela média ponderada do tempo sentado em um dia da semana e um dia de final de semana, avaliado pelo Questionário Internacional de Atividade Física. Os pontos de corte do CS para rastrear a incapacidade foram obtidos pela análise da curva ROC. Resultados: Os idosos que permaneceram tempo ≥ 4,4h/dia em CS tiveram 1,92 (IC95%:1,03; 3,57) vezes maiores chances de incapacidade nas AIVDs e aqueles que ficavam ≥ 4,3h/dia em CS tiveram 2,36 (IC95%:1,37;4,05) vezes maiores chances de incapacidade nas ABVDs, comparados aos que ficavam tempo inferior em CS. Conclusão: Estes dados sugerem que os idosos residentes na comunidade limitem o tempo em CS, evitando tempo superior a 4,3 horas diárias, a fim de prevenir a ocorrência de incapacidades funcionais.
Downloads
Referências
Oliveira-Figueiredo DST, Felisbino-Mendes MS, Malta DC, Velásquez-Meléndez JG. Prevalence of functional disability in the elderly: analysis of the National Health Survey. Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste. 2017;18(4):468. Doi: https://doi.org/10.15253/2175-6783.2017000400007
Oliveira AS. Transição demográfica, transição epidemiológica e envelhecimento populacional no Brasil. Hygeia. 15(31):69-79. Doi: https://doi.org/10.14393/Hygeia153248614
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios: síntese de indicadores 2015 [texto na Internet]. Rio de Janeiro; IBGE; c2016 [citado 2021 set 1]. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv98887.pdf
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Tábua completa de mortalidade para o Brasil - 2019: breve análise da evolução da mortalidade no Brasil [texto na Internet]. Rio de Janeiro: IBGE; c2019 [citado 2021 set 1]. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/3097/tcmb_2019.pdf
Patrizio E, Calvani R, Marzetti E, Cesari M. Physical functional assessment in older adults. J Frailty Aging. 2021;10(2):141-9. Doi: https://doi.org/10.14283/JFA.2020.61
Brito TA, Fernandes MH, Coqueiro RS, Jesus CS, Freitas R. Capacidade funcional e fatores associados em idosos longevos residentes em comunidade: estudo populacional no Nordeste do Brasil. Fisioter Pesq. 2014;21(4):308-13. Doi: https://doi.org/10.590/1809-2950/11556021042014
Nunes JD, Saes MO, Nunes BP, Siqueira FCV, Soares DC, Fassa MEG, et al. Indicadores de incapacidade funcional e fatores associados em idosos: estudo de base populacional em Bagé, Rio Grande do Sul. Epidemiol Serv Saúde. 2017;26(2):295-304. Doi: https://doi.org/10.5123/S1679-49742017000200007
Danielewicz AL, d'Orsi E, Boing AF. Contextual income and incidence of disability: results of EpiFloripa Elderly Cohort. Rev Saude Publica. 2019;53:11. Doi: https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2019053000659
Chase JD, Lozano A, Hanlon A, Bowles KH. Identifying Factors Associated With Mobility Decline Among Hospitalized Older Adults. Clin Nurs Res. 2018;27(1):81-104. Doi: https://doi.org/10.1177/1054773816677063
Storeng SH, Sund ER, Krokstad S. Factors associated with basic and instrumental activities of daily living in elderly participants of a population-based survey: the Nord-Trøndelag Health Study, Norway. BMJ Open. 2018; 8(3):e018942. Doi: https://doi.org/10.1136/BMJOPEN-2017-018942
Hamer M, Stamatakis E. Screen-based sedentary behavior, physical activity, and muscle strength in the english longitudinal study of ageing. Plos One. 2013;8(6):e66222. Doi: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0066222
Meneguci CAG, Meneguci J, Tribess S, Sasaki JE, Virtuoso Júnior JS. Incapacidade funcional em idosos brasileiros: uma revisão sistemática e metanálise. RBCEH. 2019;16(3):98-124. Doi: https://doi.org/10.5335/RBCEH.v16i3.9856
Schmidt TP, Wagner KJP, Schneider IJC, Danielewicz AL. Padrões de multimorbidade e incapacidade funcional em idosos brasileiros: estudo transversal com dados da Pesquisa Nacional de Saúde. Cad Saúde Pública. 2020;36(11):e00241619. Doi: https://doi.org/10.1590/0102-311X00241619
Mayne RS, Hart ND, Heron N. Sedentary behaviour among general practitioners: a systematic review. BMC Fam Pract. 2021;22(1):6. Doi: https://doi.org/10.1186/S12875-020-01359-8
Virtuoso Júnior JS, Tribess S, Rocha SV, Sasaki JE, Garcia CA, Meneguci J, et al. Sedentary behavior as a predictor of functional disability in older adults. Rev Bras Ativ Fís Saúde. 2018;23:e0010. Doi: https://doi.org/10.12820/rbafs.23e0010
Jesus AS, Rocha SV. Comportamento sedentário como critério discriminador do excesso de peso corporal em idosos. Rev Bras Ativ Fís Saúde. 2018;23:e0030. Doi: https://doi.org/10.12820/rbafs.23e0030
Seguin R, LaMonte M, Tinker L, Liu J, Woods N, Michael YL, et al. Sedentary behavior and physical function decline in older women: Findings from the Women’s Health Initiative. Journal of Aging Research. 2012;2012:271589. Doi: http://dx.doi.org/10.1155/2012/271589
Silva FM, Duarte-Mendes P, Rusenhack MC, Furmann M, Nobre PR, Fachada MA, et al. Objectively Measured Sedentary Behavior and Physical Fitness in Adults: A Systematic Review and Meta-Analysis. Int J Environ Res Public Health. 2020;17(22):8660. Doi: http://dx.doi.org/10.3390/ijerph17228660
Brandão TL, Lago KN, Rocha SV. Comportamento sedentário e incapacidade funcional em idosos com baixa condição econômica: Estudo Monidi. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum. 2019;21:e55944 Doi: https://doi.org/10.5007/1980-0037.2019v21e55944
Rocha BMC. Comportamento sedentário na cidade de São Paulo: prevalência e fatores associados [Dissertação]. São Paulo: Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina; 2017. Doi: https://doi.org/10.11606/D.5.2017.tde-14112017-155522
Rillamas-Sun E, LaMonte MJ, Evenson KR, Thomson CA, Beresford SA, Coday MC, et al. The Influence of Physical Activity and Sedentary Behavior on Living to Age 85 Years Without Disease and Disability in Older Women. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2018;73(11):1525-31. Doi: https://doi.org/10.1093/gerona/glx222
Tavares DM, Oliveira NG, Marmo FA, Meneguci J. Using structural equation modeling in the understanding of functional disability in older adults. Rev Lat Am Enfermagem. 2021;29:e3451. Doi: https://doi.org/10.1590/1518-8345.4555.3451
Dunlop DD, Song J, Arnston EK, Semanik PA, Lee J, Chang RW, et al. Sedentary time in US older adults associated with disability in activities of daily living independent of physical activity. J Phys Act Health. 2015;12(1):93-101. Doi: https://doi.org/10.1123/JPAH.2013-0311
Silva FM, Duarte-Mendes P, Rusenhack MC, Furmann M, Nobre PR, Fachada MÂ, et al. Objectively Measured Sedentary Behavior and Physical Fitness in Adults: A Systematic Review and Meta-Analysis. Int J Environ Res Public Health. 2020;17(22):8660. Doi: https://doi.org/10.3390/ijerph17228660
World Health Organization. WHO guidelines on physical activity and sedentary behaviour. Geneva: WHO; 2020.
Blay SL, Ramos LR, Mari JJ. Validity of a Brazilian version of the Older Americans Resources and Services (OARS) mental health screening questionnaire. J Am Geriatr Soc. 1988;36(8):687-92. Doi: https://doi.org/10.1111/j.1532-5415.1988.tb07169.x
Matsudo S, Araújo T, Matsudo V, Andrade D, Andrade E, Oliveira LC, et al. Questionário internacional de atividade física (IPAQ): estudo de validade e reprodutibilidade no Brasil. Rev Bras Ativ Fís Saúde. 2001;6(2):5-18. Doi: https://doi.org/10.12820/rbafs.v.6n2p5-18
Silva RDC, Meneguci J, Martins TI, Santos ADS, Sasaki JE, Tribess S, et al. Associação entre tempo sentado e diabetes mellitus em idosos: um estudo de base populacional. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum. 2015;17(4):379. Doi: http://dx.doi.org/10.5007/1980-0037.2015v17n4p379
Horacio PR, Avelar NCP, Danielewicz AL. Comportamento sedentário e declínio cognitivo em idosos comunitários. Rev Bras Ativ Fis Saúde. 2021;26:e0190. Doi: https://doi.org/10.12820/rbafs.26e0190
Andrade GF, Loch MR, Silva AM. Mudanças de comportamentos relacionados à saúde como preditores de mudanças na autopercepção de saúde: estudo longitudinal (2011-2015). Cad Saúde Pública 2019; 35(4):e00151418. Doi: https://doi.org/10.1590/0102-311X00151418
Harvey JA, Chastin SF, Skelton DA. How Sedentary are Older People? A Systematic Review of the Amount of Sedentary Behavior. J Aging Phys Act. 2015;23(3):471-87. Doi: https://doi.org/10.1123/japa.2014-0164
Santos RG, Medeiros JC, Schmitt BD, Meneguci J, Santos DAT, Damião R, et al. Comportamento sedentário em idosos: uma revisão sistemática. Motricidade. 2015;11(3):171-6. Doi: https://doi.org/10.6063/motricidade.3184
Warren TY, Barry V, Hooker SP, Sui X, Church TS, Blair SN. Sedentary behaviors increase risk of cardiovascular disease mortality in men. Med Sci Sports Exerc. 2010;42(5):879-85. doi: https://doi.org/10.1249/MSS.0b013e3181c3aa7e
Muñoz-Arribas A, Vila-Maldonado S, Pedrero-Chamizo R, Espino L, Gusi N, Villa G, et al. Physical fitness evolution in octogenarian population and its relationship with a sedentary lifestyle. Nutr Hosp. 2014;29(4):894-900. Doi: https://doi.org/10.3305/nh.2014.29.4.7212
van der Ploeg HP, Chey T, Korda RJ, Banks E, Bauman A. Sitting time and all-cause mortality risk in 222 497 Australian adults. Arch Intern Med. 2012 26;172(6):494-500. Doi: https://doi.org/10.1001/archinternmed.2011.21742012;172(6):494
Gómez-Cabello A, Pedrero-Chamizo R, Olivares PR, Hernández-Perera R, Rodríguez-Marroyo JA, Mata E, et al. Sitting time increases the overweight and obesity risk independently of walking time in elderly people from Spain. Maturitas. 2012;73(4):337-43. Doi: https://doi.org/10.1016/j.maturitas.2012.09.001
Dogra S, Stathokostas L. Sedentary behavior and physical activity are independent predictors of successful aging in middle-aged and older adults. J Aging Res. 2012;2012:190654. Doi: https://doi.org/10.1155/2012/190654
Chen T, Narazaki K, Haeuchi Y, Chen S, Honda T, Kumagai S. Associations of Sedentary Time and Breaks in Sedentary Time With Disability in Instrumental Activities of Daily Living in Community-Dwelling Older Adults. J Phys Act Health. 2016;13(3):303-9. Doi: https://doi.org/10.1123/jpah.2015-0090
Sardinha LB, Ekelund U, dos Santos L, Cyrino ES, Silva AM, Santos DA. Breaking-up sedentary time is associated with impairment in activities of daily living. Exp Gerontol. 2015;72:57-62. Doi: https://doi.org/10.1016/j.exger.2015.09.011
Alexandre TS, Corona LP, Nunes DP, Santos JL, Duarte YA, Lebrão ML. Gender differences in incidence and determinants of disability in activities of daily living among elderly individuals: SABE study. Arch Gerontol Geriatr. 2012;55(2):431-7. Doi: https://doi.org/10.1016/j.archger.2012.04.001
Dunlop DD, Hughes SL, Manheim LM. Disability in activities of daily living: patterns of change and a hierarchy of disability. Am J Public Health. 1997;87(3):378-83. Doi: https://doi.org/10.2105/ajph.87.3.378
Jagger C, Arthur AJ, Spiers NA, Clarke M. Patterns of onset of disability in activities of daily living with age. J Am Geriatr Soc. 2001;49(4):404-9. Doi: https://doi.org/10.1046/j.1532-5415.2001.49083.x
Charansonney O. Physical activity and aging: opposing physiologic effects. Ann Cardiol Angeiol (Paris). 2012;61(5):365-9. Doi: https://doi.org/10.1016/j.ancard.2012.08.034
Meneguci J, Santos DAT, Silva RB, Santos RG, Sasaki JE, Tribess S, et al. Comportamento sedentário: conceito, implicações fisiológicas e os procedimentos de avaliação. Motricidade. 2015;11(1):160-74. Doi: https://doi.org/10.6063/motricidade.3178
Cruz-Jentoft AJ, Bahat G, Bauer J, Boirie Y, Bruyère O, Cederholm T, et al. Sarcopenia: revised European consensus on definition and diagnosis. Age Ageing. 2019;48(1):16-31. Doi: https://doi.org/10.1093/ageing/afy169
Chastin SF, Mandrichenko O, Helbostadt JL, Skelton DA. Associations between objectively-measured sedentary behaviour and physical activity with bone mineral density in adults and older adults, the NHANES study. Bone. 2014;64:254-62. Doi: https://doi.org/10.1016/j.bone.2014.04.009
Malta DC, Szwarcwald CL, Barros MBA, Gomes CS, Machado IE, Souza Júnior PRB, et al. A pandemia da COVID-19 e as mudanças no estilo de vida dos brasileiros adultos: um estudo transversal, 2020. Epidemiol Serv Saúde. 2020;29(4):e2020407. Doi: https://doi.org/10.1590/S1679-49742020000400026
Ghram A, Briki W, Mansoor H, Al-Mohannadi AS, Lavie CJ, Chamari K. Home-based exercise can be beneficial for counteracting sedentary behavior and physical inactivity during the COVID-19 pandemic in older adults. Postgrad Med. 2021;133(5):469-80. Doi: https://doi.org/10.1080/00325481.2020.1860394
Garcia Meneguci CA, Meneguci J, Sasaki JE, Tribess S, Júnior JSV. Physical activity, sedentary behavior and functionality in older adults: A cross-sectional path analysis. PLoS One. 2021;16(1):e0246275. Doi: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0246275
Davis MG, Fox KR, Stathi A, Trayers T, Thompson JL, Cooper AR. Objectively measured sedentary time and its association with physical function in older adults. J Aging Phys Act. 2014;22(4):474-81. Doi: https://doi.org/10.1123/japa.2013-0042
Sardinha LB, Santos DA, Silva AM, Baptista F, Owen N. Breaking-up sedentary time is associated with physical function in older adults. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2015;70(1):119-24. Doi: https://doi.org/10.1093/gerona/glu193
Atkin AJ, Gorely T, Clemes SA, Yates T, Edwardson C, Brage S, et al. Methods of measurement in epidemiology: sedentary behaviour. Int J Epidemiol. 2012;41(5):1460-71. Doi: https://doi.org/10.1093/ije/dys118
Petrusevski C, Choo S, Wilson M, MacDermid J, Richardson J. Interventions to address sedentary behaviour for older adults: a scoping review. Disabil Rehabil. 2021;43(21):3090-3101. Doi: https://doi.org/10.1080/09638288.2020.1725156
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Acta Fisiátrica
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.