“Sou sólido, e tenho (ou sou) uma obra": Herberto Helder e a ambição de ser poema
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2175-3180.v12i22p22-46Palavras-chave:
Poesia, Herberto Helder, Poesia portuguesa, Autor, AutorretratoResumo
O presente artigo tem como objetivo apresentar uma hipótese acerca da autoria na poesia de Herberto Helder. A partir da leitura de alguns poemas e também de algumas de suas obras reflexivas em prosa, percebe-se a possibilidade de que a participação do poeta em seus poemas, embora não confessional, possua caráter biográfico. Ainda: a misantropia do poeta (em seu voto de silêncio iniciado em 1968) seria indício de seu desejo de dizer-se somente por meio de sua obra; um desejo de ser poema. A apreensão da poesia de Herberto Helder, nesse sentido, possibilitaria o vislumbre borrado de um autorretrato.
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