"A caverna", de José Saramago: o sonho de Cipriano
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2175-3180.v14i27p96-116Palavras-chave:
Caverna, Sonho, Trabalho, Razão, InstintoResumo
Este trabalho tem a intenção de analisar o romance A Caverna (2000), de José Saramago, para refletir sobre o modo como os personagens trabalhadores são objetificados pelo Centro, uma espécie de shopping de proporções monstruosas que controla todo o espaço narrativo. Para isso, o estudo recupera diversos momentos do romance, mas se detém, principalmente, em uma das cenas em que o oleiro Cipriano, protagonista da obra, sonha com um forno novo que o adaptaria às demandas do Centro. Desta forma, com base nos estudos de Jung (2000), percebeu-se o sonho de Cipriano como o ápice da crise do personagem, pois expressa, primeiramente, a frustração de Cipriano com a perda de sua força de trabalho e, em seguida, o reconhecimento da sua condição de trabalhador descartável; o que o condiciona, posteriormente, a romper com o modo de vida imposto pelo Centro, cujos valores se orientam pelos ideais de eficiência e produtividade.
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Referências
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