Os cus de Judas, de António Lobo Antunes: uma releitura do passado histórico português a partir da desconstrução do “eu”
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2175-3180.v11i20p210-223Palabras clave:
Os Cus de Judas, Memória, Narrador pós-moderno, Novo romance portuguêsResumen
O presente artigo, recorte da nossa Dissertação de Mestrado, procura analisar, de maneira sucinta, como o romance Os Cus de Judas, de Antonio Lobo Antunes, propôs, por meio da memória, uma releitura do passado histórico de Portugal. A partir deste romance, de acordo com teóricos como Seixo (2002), Reis (2004) e Arnaut (2007), tanto a literatura portuguesa quanto a própria história e especialmente a Guerra Colonial de Angola e a Revolução dos Cravos pôde ser pensada e entendida. Também procuramos mostrar como, sob a perspectiva do narrador, o conflito de identidades entre colonizador e colonizado e as ideologias capitalistas e socialistas fragmentam o narrador-personagem, dando a ele a conotação de romance pós-moderno, como defendido por Hutcheon (1991).
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