O homem, a terra e o imaginário em O Dia dos Prodígios, de Lídia Jorge
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2175-3180.v12i22p170-188Palabras clave:
Lídia Jorge, Literatura portuguesa, Revolução de Abril, Magia, MaravilhosoResumen
A narrativa portuguesa publicada depois da Revolução de Abril é uma narrativa de escrita em liberdade que supera os obstáculos a que, anteriormente, a censura a havia votado. Muitos autores, antes sob a ameaça do lápis azul, voltam ao processo criativo, questionando, refletindo e avivando a memória recente do país. Outros, ainda que não tendo publicado antes da Revolução, nascem como autores depois desta, servindo, então, a escrita como um processo de exumação de memórias recentes e de reflexão crítica sobre o passado ditatorial. Partindo da experiência criativa proporcionada pela Revolução de Abril (Lourenço, 1994; Lima, 1996; Reis, 2004), propomo-nos acompanhar o processo de representação literária que Lídia Jorge, na sua obra O Dia dos Prodígios, realiza do espaço rural português do sul, antes e depois da Revolução, assim como do processo estético criativo que, recorrendo a modalizações ficcionais da magia e do maravilhoso, alegoriza a realidade portuguesa contemporânea do tempo de escrita da narrativa.
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