Escrita e persona nos "Cadernos de Lanzarote"

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2175-3180.v14i27p117-134

Palabras clave:

José Saramago, Cadernos de Lanzarote, persona, frontalidade, compromisso

Resumen

O presente artigo aborda a construção textual de uma imagem de si nos diários de José Saramago, intitulados Cadernos de Lanzarote, destacando a frontalidade e o compromisso como traços proeminentes na escrita de si do autor. Toma como ponto de partida a discussão de Luiz Costa Lima, na qual a persona é apresentada como construção e não como essência, assumindo, por um lado, a identidade entre autor, narrador e personagem e, por outro, que qualquer relato pessoal se constrói num regime de defasagens e aproximações. Por meio da análise de algumas entradas nos diários, ressaltamos como Saramago se vale de discursos memorialísticos não apenas para narrar eventos de sua vida, senão também para expor seus pontos de vista sobre si mesmo, sobre o mundo que o cerca e sobre o projeto literário de que sua vida não se aparta.

Descargas

Los datos de descarga aún no están disponibles.

Biografía del autor/a

  • Marcelo Brito da Silva, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso

    Doutor em Estudos de Linguagem pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagem da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Mestre em Literatura e Diversidade Cultural pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). É professor do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) - campus Rondonópolis. Tem experiência na área de Letras, com ênfase no ensino de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira.

  • Vinícius Carvalho Pereira, Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT

    Professor do Departamento de Letras e do PPG de Estudos da Linguagem, na UFMT

Referencias

ARNAUT, Ana Paula. José Saramago. Lisboa: Edições 70, 2008.

CALLIGARIS, Contardo. “Verdades de autobiografias e diários íntimos”. Revista Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 11, n. 21, p. 43-58, jul. 1998.

CERDEIRA, Teresa. “José Saramago: o homem, o escritor, o cidadão: indissociáveis”. In: Anais do XXIII CONGRESSO INTERNACIONAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PROFESSORES DE LITERATURA PORTUGUESA. São Luiz, MA, 2011, p. 1-6. Disponível em: <http://www.abraplip.org.br/wp-content/uploads/2015/01/Anais-XXIII-Congresso-2011.pdf> Acesso em: 01 out 2018.

COMPAGNON, Antoine. O demônio da teoria: literatura e senso comum. Trad. Paes Barreto Mourão e Consuelo Fortes Santiago. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2001.

GUSDORF, Georges. “Condiciones y limites de la autobiografia”. Suplementos Antropos, Madrid, n.29, p. 9-20, 1991.

LEJEUNE, Philippe. O pacto autobiográfico: de Rousseau à Internet. Trad. Jovita Maria Gerheim Noronha e Maria Inês Coimbra Guedes. 2. ed. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2008.

LIMA, Luiz Costa. “Persona e sujeito ficcional”. In: LIMA, Luiz Costa. Pensando nos trópicos. Rio de Janeiro: Rocco, 1991. p. 40-56.

MACIEL, Sheila Dias. “A sinceridade como ficção”. Papéis: Revista de Letras, Campo Grande, v. 6, n. 11, p. 1- 64, jan./jun. 2002.

MATHIAS, Marcello Duarte. “Autobiografias e diários”. Revista Colóquio/Letras. Ensaio, n. 143/144, p. 41-62, jan. 1997.

SARAMAGO, José. O evangelho segundo Jesus Cristo: romance. São Paulo: Companhia das Letras, 1991.

SARAMAGO, José. Cadernos de Lanzarote. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

SARAMAGO, José. Cadernos de Lanzarote II. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.

SARAMAGO, José. A jangada de pedra. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

SARAMAGO, José. Ensaio sobre a cegueira. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

Publicado

2022-09-20

Cómo citar

Silva, M. B. da, & Pereira, V. C. (2022). Escrita e persona nos "Cadernos de Lanzarote". Revista Desassossego, 14(27), 117-134. https://doi.org/10.11606/issn.2175-3180.v14i27p117-134