Viver é embeber-se em sonho: uma análise do sonho no Húmus e no Livro do desassossego
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2175-3180.v16i32p227-242Palabras clave:
Fernando Pessoa, Raul Brandão, Sonho, Ficção, Literatura portuguesaResumen
Este artigo promove uma leitura comparada de duas das maiores obras da literatura de ficção produzida em Portugal no século XX: o Húmus (1917), de Raul Brandão, e o Livro do desassossego (1982), de Fernando Pessoa (Bernardo Soares). Tal confronto analítico é motivado pelo entendimento de que em ambas as obras a figura do sonho ocupa um lugar central. O objetivo deste artigo é ler as duas obras a partir do tema do sonho, estabelecendo aproximações e afastamentos, contribuindo assim para a compreensão dos textos. Num primeiro momento, tenta-se definir o sonho em cada uma das obras. Depois, numa segunda parte, estabelece-se a apromixação entre elas por meio de quatro temas: 1 – o sonho e o encontro de si; 2 – a superação da oposição realidade/sonho através da substituição do primeiro termo pelo segundo; 3 – o sonho enquanto operador de metamorfoses; 4 – o sonho enquanto reação ao mundo.
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