La « fureur évaluative est-elle » un symptôme social de l'éducation brésilienne?
DOI :
https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v25i3p439-453Mots-clés :
évaluation pédagogique, éducation brésilienne, gestion de l'éducation, psychanalyse et éducation, symptôme socialRésumé
Sur la base de la praxis de recherche dans le domaine de la psychanalyse et des études sur l'éducation, dans laquelle le déni de la dimension impossible de l'éducation revient comme l'impuissance du savoir et l'échec, cet article met en suspicion l'appareil de gestion et d'évaluation scolaire, qui soutient la qui est considérée comme une véritable imposture politico-pédagogique à la mode brésilienne: évaluations pédagogiques standardisées associées aux objectifs de performance et aux dispositifs de redevabilité scolaire. La réflexion sur la fureur évaluative conduit au déni symbolique dans le champ socio-politique en tant que symptôme social impliqué dans l'éducation brésilienne. Malgré ce que l'on pourrait penser de l'imaginaire pédagogique national, la « fureur évaluative » s'inscrit dans le registre d'un fantasme d'accès à la jouissance illimitée - dans la mesure où elle évalue exactement ce qui n'est pas enseigné -, portrait de cette recherche de jouissance rampant lié au « fantasme du Brésil ».
##plugins.themes.default.displayStats.downloads##
Références
Afonso, A. J. (2009). Nem tudo o que conta em educação é mensurável ou comparável. Crítica à accountability baseada em testes estandartizados e rankings escolares. Revista Lusófona de Educação, 13(13), 13-29.
Araujo, K., Leite, R., & Passone, E. (2018). Política accountability educacional no estado do Ceará: repercussões nas dinâmicas pedagógicas. Revista Teias, 19(54), 95-113. doi: https://doi.org/10.12957/teias.2018.35985.
Brasil (1988). Constituição de 1988. Constituição da República Federativa do Brasil. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, 5 out.
Brasil (1996). Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, 21 dez.
Brasil (2005). Plano de Qualidade para a Educação Básica: diagnóstico e ações para elevar o nível de qualidade do ensino nas escolas brasileiras, Brasília, DF: Ministério da Educação.
Brasil (2007). Lei nº 11.494, de 20 de junho de 2007. Regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação - Fundeb, de que trata o art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias; altera a Lei no 10.195, de 14 de fevereiro de 2001; revoga dispositivos das Leis nos 9.424, de 24 de dezembro de 1996, 10.880, de 9 de junho de 2004, e 10.845, de 5 de março de 2004; e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, 21 jun.
Calligaris, C. O. (1991). A sedução autoritária. In L. T. Aragão, C. Calligaris, J. F. Souza, & O. Souza (Orgs.). Clínica do social: ensaios (pp. 107-118). São Paulo, SP: Escuta.
Calligaris, C. O. (2000). Hello Brasil!: notas de um psicanalista europeu viajando ao Brasil (6a ed.). São Paulo, SP: Escuta.
Carvalho, J. M. (2002). Cidadania no Brasil: o longo caminho (3a ed.). Rio de Janeiro, RJ: Civilização Brasileira.
Chaia, J. (1965). Financiamento escolar no segundo império. Marília, SP: Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras.
Charlot, B. (2006). A pesquisa educacional entre conhecimentos, políticas e práticas: especificações e desafios de uma área de saber. Revista Brasileira de Educação, 11(31), 7-18. Doi: https://doi.org/10.1590/S1413-24782006000100002.
Dupriez, V., Barbana, S., & Dumay, X. (2020). Accountability policy forms in European educational systems: an introduction. European Educational Research Journal, 19(2), 165-169. Doi: https://doi.org/10.1177/1474904120902306
Gaulejac, V. (2007). Gestão como doença social: ideologia, poder gerencialista e fragmentação social (I. Storniolo, trad.). Aparecida, SP: Ideias & Letras.
Gori, R. (2013). La fabrique des imposteurs. Paris: Les Liens Qui Liberent.
Imbert, F. (2001). A questão da ética no campo educativo (G. J. F. Teixeira, trad.). Petrópolis, RJ: Vozes.
Kehl, M. R. (2002). Sobre ética e psicanálise. São Paulo, SP: Companhia das Letras.
Lajonquière, L. (de) (2013). A palavra e as condições da educação escolar. Educação & Realidade, 38(2), 455-470.
Lajonquière, L. (de) (2018). As ilusões (psico)pedagógicas e o sonho de uma escola para todos. In M. E. Arreguy, M. B. Coelho, & S. Cabral (Orgs.). Racismo, capitalismo e subjetividade: leituras psicanalíticas e filosóficas (pp. 59-69). Niterói: Eduff.
Lajonquière, L. (de) (2000). Psicanálise, modernidade e fraternidade. Notas introdutórias. In M. R. Kehl (Org.). Função fraterna (pp. 51-80). Rio de Janeiro, RJ: Relume Dumará.
Lajonquière, L. (de). (2019). Quando o sonho cessa e a ilusão psicopedagógica nos invade, a escola entra em crise. Notas comparativas Argentina, Brasil, França. ETD: Educação Temática Digital, 21(2), 297-315. doi: https://doi.org/10.20396/etd.v21i2.8651506.
Lima, L. (2002). Modernização, racionalização e optimização: perspectivas neotaylorianas na organização da administração escolar. In L. Lima, & A. J. Afonso (Orgs.). Reformas da educação pública: democratização, modernização, neoliberalismo (pp. 17-32). Porto: Afrontamento.
Márquez, G. G. (2014). A solidão da América Latina. Imea-Unila, 2(1), 12-14. Recuperado de https://revistas.unila.edu.br/IMEA-UNILA/article/view/251/247
O’Donnell, G. (1998). Accountability horizontal e novas poliarquias. Lua Nova, 44, 27-35.
Oliveira, D. A., Duarte, A. W., & Clementino, A. M. (2017). A nova gestão pública no contexto escolar e os dilemas dos(as) diretores(as). RBPAE, 33(3), 707-726. doi: https://doi.org/10.21573/vol33n32017.79303
Passone, E. F. K. (2014). Incentivos monetários para professores: avaliação, gestão e responsabilização na educação básica. Cadernos de Pesquisa, 44(152), 424-448. doi: https://dx.doi.org/10.1590/198053142864.
Passone, E. F. K. (2015a). Produção do fracasso escolar e o furor avaliativo: o sujeito resiste? Estilos da Clínica, 20(3), 400-421. doi: https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v20i3p400-420.
Passone, E. F. K. (2015b). Notas psicanalíticas: os discursos contemporâneos acerca da avaliação educacional no Brasil. Educação e Pesquisa, 41(1), 185-201. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S1517-97022014121543
Passone, E. F. K. (2017). Educação social: quando o passado é desafio presente na formação docente. Cadernos de Pesquisa, 47(164), 688-714. doi: https://doi.org/10.1590/198053143772.
Passone, E. F. K. (2019a). Da avaliação em larga escala ao furor avaliativo: a degradação do ato educativo. Quaestio, 21(3), 945-964. doi: https://doi.org/10.22483/2177-5796.2019v21n3p945-964
Passone, E. F. K., & Araújo, K. H. (2020). Dispositivo de avaliação educacional do Ceará: a (in)visibilidade dos estudantes deficientes. Cadernos de Pesquisa, 50(175), 136-160. doi: http://dx.doi.org/10.1590/198053146824
Paz, O. (1972). Signos em rotação. São Paulo: Perspectiva.
Sacco, R. D. (2017). Para uma etiologia da renúncia ao professar: alguns apanhados da corte ao neoliberalismo no Brasil (Tese de Doutorado, Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo). Recuperado de https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-08052018-130101/pt-br.php
Schwarz, R. (1987). Nacional por subtração. In R. Schwarz. Que horas são? (pp. 29-48). São Paulo, SP: Companhia das Letras.
Sandra, M. Z. L. (2008). Avaliação e carreira do magistério: premiar o mérito? Revista Retratos da Escola, Brasília, 2(2-3), 81-93. doi: https://doi.org/10.22420/rde.v2i2/3.126
Souza, O. (1994). Fantasia do Brasil: as identificações na busca da identidade nacional. São Paulo, SP: Escuta.
Téléchargements
Publiée
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Copyright Eric Ferdinando Kanai Passone 2020

Ce travail est disponible sous licence Creative Commons Attribution - Pas d’Utilisation Commerciale 4.0 International.
O envio dos manuscritos deverá ser acompanhado de Carta à Comissão Executiva solicitando a publicação. Na carta, o(s) autor(es) deve(m) informar eventuais conflitos de interesse - profissionais, financeiros e benefícios diretos ou indiretos - que possam vir a influenciar os resultados da pesquisa. Devem, ainda, revelar as fontes de financiamento envolvidas no trabalho, bem como garantir a privacidade e o anonimato das pessoas envolvidas. Portanto, o(s) autor(es) deve(m) informar os procedimentos da aprovação da pesquisa pelo Comitê de Ética da instituição do(s) pesquisador(es) com o número do parecer.
O material deve ser acompanhado também de uma Declaração de Direito Autoral assinada por todo(s) o(s) autor(es) atestando o ineditismo do trabalho, conforme o seguinte modelo:
Eu, Rinaldo Voltolini, concedo à revista o direito de primeira publicação e declaro que o artigo intitulado Sobre uma política de acolhimento de professores em situação de inclusão, apresentado para publicação na revista Estilos da Clínica, não foi publicado ou apresentado para avaliação e publicação em nenhuma outra revista ou livro, sendo, portanto, original.