Os impactos vocais da doença de Parkinson em idosos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2176-9419.v26i2p397-418

Palavras-chave:

Biomarcadores de fala, Doença de Parkinson, Análise acústica, Envelhecimento vocal

Resumo

Este estudo teve como objetivo analisar as diferenças nos parâmetros acústicos de diferentes dimensões fonéticas em discursos espontâneos e leitura em voz alta entre idosos, com foco específico em avaliar o impacto da doença de Parkinson (DP) e do envelhecimento saudável nos biomarcadores de fala de idosos, incluindo parâmetros acústico-prosódicos. Analisamos gravações de 32 falantes idosos brasileiros nativos, considerando três parâmetros acústico-prosódicos: frequência fundamental, duração e intensidade. Nossos resultados sugerem que os fatores estilo de fala e estágios de gravidade da DP estão correlacionados com a taxa de articulação, inclinação de LTAS em frequências médias, shimmer, mediana de F0, mínimo de F0, desvio padrão da primeira derivada positiva de F0 e coeficiente de variação da intensidade.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Lucas Manca Dal'Ava, Universidade Estadual de Campinas

    Departamento de Linguística - IEL/UNICAMP

    Instituto de Biologia - IB/Universidade do Sul da Dinamarca Campus Odense

  • Plínio Almeida Barbosa, Universidade Estadual de Campinas

    Linguista com formação inicial em Engenharia Eletrônica na Graduação (1988) e no Mestrado (1990) pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica. Seu doutorado em Signal-Image-Parole/Option Parole foi defendido no Institut de la Communication Parlée e Institut National Polytechnique de Grenoble, França (1994). Tem título de livre-docente em Fonética e Fonologia pela Universidade Estadual de Campinas (2006), onde é Professor Associado III. Tem formação em Engenharia Eletrônica e Linguística, com ênfase na área de Fonética experimental, atuando principalmente nos seguintes temas: análise e modelamento dinâmicos da prosódia da fala, prosódia experimental, teoria de sistemas dinâmicos e de osciladores acoplados, ciências da fala e da linguagem, estilos de elocução, emoção na fala, relações entre atividade respiratória e fala. Tem mais de 160 publicações em periódicos especializados e anais de congressos nacionais e internacionais. É o autor do "Manual de Fonética Acústica Experimental" (São Paulo: Cortez, 2015), juntamente com Sandra Madureira, de "Incursões em torno do ritmo da fala" (Campinas: Pontes, 2006) e de "Prosódia"(São Paulo: Parábola, 2019). É membro do Conselho da International Phonetic Association, membro da Diretoria do Special Interest Group in Speech Prosody (SproSIG-ISCA) e do comitê editorial das revistas Phonetica, International Journal of Speech Technology, entre outras.

Referências

Ackermann H, Konczak J, Hertrich I. The temporal control of repetitive articulatory movements in Parkinson's disease. Brain and language. 1997;56(2):312-319.

Appakaya SB, Sankar R. Classification of Parkinson’s disease using pitch synchronous speech analysis. 40th Annual International Conference of the IEEE Engineering in Medicine and Biology Society (EMBC); Jul. 2018; Honolulu, HI, USA: EMBC; 2018, p. 1420-1423.

Armstrong MJ, Okun MS. Diagnosis and Treatment of Parkinson Disease. JAMA. 2020;323(6):548-560.

Barbosa MT, et al. Parkinsonism and Parkinson’s disease in the elderly: a community-based survey in Brazil (the Bambuí study). Movement Disorders. 2006;21(6):800-808.

Barbosa P. Prosody Descriptor Extractor 2023 [internet].

Barbosa P. Revelar a estrutura rítmica de uma língua construindo máquinas falantes: pela integração de ciência e tecnologia de fala. In: Scarpa EM, organizadora. Estudos de prosódia. Campinas: Editora da Unicamp; 1999. p. 21-52.

Braak H, et al. Staging of the intracerebral inclusion body pathology associated with idiopathic Parkinson’s disease (preclinical and clinical stages). Journal of Neurology. 2002;249(3 Suppl):iii1-iii5.

Boersma, P; Weenink, D. Praat: doing phonetics by computer [programa de computador]. Versão 6.4.07.

Cascudo LC. História da alimentação no Brasil. 3.a ed. São Paulo: Global; 2004.

Dao SVT, et al. An analysis of vocal features for Parkinson’s disease classification using evolutionary algorithms. Diagnostics. 2022;12(8):1980.

Dromey C. Spectral measures and perceptual ratings of hypokinetic dysarthria. Journal of Medical Speech-Language Pathology. 2003;11:85-94.

Dytham C. Choosing and using statistics: a biologist’s guide. 3.a ed. Chichester: John Wiley & Sons; 2011.

Fernandes I, Andrade Filho AS. Estudo clínico-epidemiológico de pacientes com doença de Parkinson em Salvador-Bahia. Revista Brasileira de Neurologia e Psiquiatria. 2018;22(1):45-59.

Gomes ABP, Simões-Zenari M, Nemr K. Voz do idoso: o avanço da idade gera diferentes impactos? CoDAS. 2021;33(6): e20200126.

Greffard S, et al. Motor score of the unified Parkinson disease rating scale as a good predictor of Lewy body–associated neuronal loss in the substantia nigra. Archives of neurology. 2006;63(4):584-588.

Grosjean F, Lane H. Pauses and syntax in American Sign Language. Cognition. 1977;5:101-117.

Hoehn MM, Yahr MD. Parkinsonism: onset, progression, and mortality. Neurology. 1967;17(5):427-442.

Ikuta YM, et al. Avaliação da função cognitiva em pacientes com doença de Parkinson. Rev. para med. 2012;26(1):1-6.

Kost KM, Sataloff RT. Voice disorders in the elderly. Clinics in Geriatric Medicine. 2018;34(2):191-203.

Ladd DR. O que é prosódia? Couto TL, Seara IC, tradutoras. Working Papers em Linguística. 2019;20(1):8-46.

Lirani-Silva C, Mourão LF, Gobbi LTB. Dysarthria and quality of life in neurologically healthy elderly and patients with Parkinson’s disease. CoDAS. 2015;27(3):248-254.

Lowit A, et al. Rhythmic performance in hypokinetic dysarthria: relationship between reading, spontaneous speech and diadochokinetic tasks. Journal of Communication Disorders. 2018;72:26-39.

Ludlow CL, Connor NP, Bassich CJ. Speech timing in Parkinson’s and Huntington’s disease. Brain and Language. 1987;32(2):195-214.

Manderson L, et al. A systematic review of the relationships amongst older adults’ cognitive and motor speech abilities [internet].

Maryn Y, et al. Mobile communication devices, ambient noise, and acoustic voice measures. Journal of Voice. 2017;31(2):248.e11-248.e23.

Monnin P, Grosjean F. Les structures de performance en Français: caractérisation et prédiction. L’année psychologique. 1993;93(1):9-30.

Pagano M, Gauvreau K. Principles of biostatistics. 2.a ed. New York: Chapman and Hall/CRC; 2018.

Patel S, Parveen S, Anand S. Prosodic changes in Parkinson’s disease. Journal of the Acoustical Society of America. 2016;140(4 Suppl):3442-3442.

Quedas A, Duprat AC, Gasparini G. Lombard’s effect’s implication in intensity, fundamental frequency and stability on the voice of individuals with Parkinson’s disease. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology. 2007;73(5):675-683.

RStudio Team. RStudio: integrated development for R [programa de computador]. Boston, MA: RStudio, PBC; 2023.

Rosa JDC, Cielo CAC, Cechella C. Função fonatória em pacientes com doença de Parkinson: uso de instrumento de sopro. Revista CEFAC. 2009;11(2):305–313.

Soares MFP. Estratégias de produção de vogais e fricativas: análise acústica da fala de sujeitos portadores de doença de Parkinson [tese]. Campinas: Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas; 2009.

Tanner K, et al. Spectral moments of the long-term average spectrum: sensitive indices of voice change after therapy? Journal of Voice. 2005;19(2):211–222.

Tjaden K, et al. Long-term average spectral (LTAS) measures of Dysarthria and their relationship to perceived severity. Journal of Medical-Speech Language Pathology. 2010;18(4):125-132.

Traunmüller H, Eriksson A. Acoustic effects of variation in vocal effort by men, women, and children. The Journal of the Acoustical Society of America. 2000;107(6):3438-3451.

Vieira MAS. Acento tonal pré-nuclear ascendente no português brasileiro: comparação com fala parkinsoniana [dissertação]. Belo Horizonte: Faculdade de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais; 2017.

WEF Máquinas de Embalagens. Saiba como surgiu a paçoca - doce tradicionalmente brasileiro [internet].

Zardeto-Sabec G, et al. Doença de Parkinson, seus mecanismos fisiopatológicos e semiologia: revisão bibliográfica. Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR. 2018;22(3):68-75.

Ziemssen T, Reichmann H. Treatment of dysautonomia in extrapyramidal disorders. Therapeutic Advances in Neurological Disorders. 2010;3(1):53-67.

Downloads

Publicado

2024-12-31

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Dal'Ava, L. M., & Barbosa, P. A. . (2024). Os impactos vocais da doença de Parkinson em idosos. Filologia E Linguística Portuguesa, 26(2), 397-418. https://doi.org/10.11606/issn.2176-9419.v26i2p397-418