Impacto da escritura sobre o escritor: o algoritmo, novo nome do estilo em formação no manuscrito
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2596-2477.i49p193-206Palabras clave:
Neurociência, Inteligência artificial, Sloterdijk, Psicanálise, NietszcheResumen
Se escrever for considerado um exercício real próximo do atletismo, terá repercussões tanto no cérebro do escritor quanto em sua maneira de escrever. Num primeiro momento, lembrarei as observações dos neurocientistas Stanislas Dehaene (Les neurones de la lecture, 2007), Boris Cyrulnik (Des âmes et des saisons, 2020) e Yann Le Cun (Quand la machine apprend, 2019) sobre as mudanças nas áreas dos neurônios segundo as atividades de cada um. Assim como do escritor quando escreve e rascunha. Num segundo momento, salientarei a resistência física exemplar dos artistas e dos escritores, comparável com a de nossos melhores atletas, que exige treinamento prolongado e um certo ascetismo. Assim, segundo Peter Sloterdijk, tomando como ponto de partida o artista-acrobata de Zaratustra, o artista e o escritor substituem Deus e os reis nas respostas às grandes perguntas. No fim, será discutida a posição do filósofo alemão sobre a psicanálise, na qual segundo ele o homem não é mais dono de suas decisões. Contrariamente à teoria freudiana, Sloterdijk apoia a “subversão de cima” quando o artista e o escritor, apoiando-se nos arquivos (Foucault) que os antecederam, visam o “impossível” e o “multivirtuoso” para escalar a montanha do improvável (Le palais de cristal, À l’intérieur du capitalisme planétaire, 2015).
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