Chronos, Kairós e a semiótica das coisas sem nome
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v18i3p11-28Palavras-chave:
categorias, coisas sem nome, Peirce, pragmatismo, semiótica, tempoResumo
O realismo da filosofia de Peirce sugere sempre que pensemos uma filosofia sem a suposição de um sujeito constituidor da realidade e de seu significado, como é frequente em filosofias nominalistas. A Semiótica, nesse sentido, à luz do realismo, espraia seu sentido para o universo de signos humanamente produzidos, assim como para os próprios ao mundo natural. Do mesmo modo, pode-se entender o Pragmatismo, em sua proposta de ser uma máxima semântica, como aplicável aos signos naturais e, de um modo geral, a objetos reais. O humano e o natural, a subjetividade e a objetividade, a interioridade e a exterioridade, conquanto submetidos às mesmas três categorias de Peirce como quesito básico de seu realismo, mantém-se, não obstante, distinguíveis, sem qualquer separação que gere estranhamento de natureza entre ambos. Assim, é possível pensar dimensões do Tempo que habitem esses dois universos, associados ao que caracteriza nossa humana experiência e ao que se associa a uma realidade cuja história transcorre por si mesma, sempre como desafiadora alteridade. Esse ensaio trata dessas dimensões, trazendo pela relação entre elas o conceito de coisas sem nome, situando-o na interface de possibilidades do que tipifica o discurso lógico e o que seria próprio ao de natureza poética.
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