Chronos, Kairós e a semiótica das coisas sem nome

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v18i3p11-28

Palavras-chave:

categorias, coisas sem nome, Peirce, pragmatismo, semiótica, tempo

Resumo

O realismo da filosofia de Peirce sugere sempre que pensemos uma filosofia sem a suposição de um sujeito constituidor da realidade e de seu significado, como é frequente em filosofias nominalistas. A Semiótica, nesse sentido, à luz do realismo, espraia seu sentido para o universo de signos humanamente produzidos, assim como para os próprios ao mundo natural. Do mesmo modo, pode-se entender o Pragmatismo, em sua proposta de ser uma máxima semântica, como aplicável aos signos naturais e, de um modo geral, a objetos reais. O humano e o natural, a subjetividade e a objetividade, a interioridade e a exterioridade, conquanto submetidos às mesmas três categorias de Peirce como quesito básico de seu realismo, mantém-se, não obstante, distinguíveis, sem qualquer separação que gere estranhamento de natureza entre ambos. Assim, é possível pensar dimensões do Tempo que habitem esses dois universos, associados ao que caracteriza nossa humana experiência e ao que se associa a uma realidade cuja história transcorre por si mesma, sempre como desafiadora alteridade. Esse ensaio trata dessas dimensões, trazendo pela relação entre elas o conceito de coisas sem nome, situando-o na interface de possibilidades do que tipifica o discurso lógico e o que seria próprio ao de natureza poética.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Ivo Assad Ibri, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

    Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Centro de Estudos de Pragmatismo. São Paulo – SP, Brasil

Referências

Barrena, S. (2007). La razón creativa: Crecimiento y finalidad del ser humano según C. S. Peirce. Rialp; Biblioteca Nueva.

Barrena, S. (2015). La belleza en Charles S. Peirce: Origen y alcance de sus ideas estéticas. Eunsa.

Calcaterra, R. M. (2015). Chance and regularities: Remarks on Richard Rorty’s contingentism. European Journal of Pragmatism and American Philosophy, 7(2). https://doi.org/10.4000/ejpap.417

Clavere, J. (2020). The multidimensionality of semiosis: Beyond multimodality. Cognitio: Revista de Filosofia, 21(1), 34-44. https://doi.org/10.23925/2316-5278.2020v21i1p34-44

Colapietro, V. (2017). Peirce’s pragmatist portrait of deliberative rationality. Cognitio: Revista de Filosofia, 18(1), 13-32. http://dx.doi.org/10.23925/2316-5278.2017v18i1p13-32

Dantas, L. F. N. S. (2019). Contribuições da filosofia de Charles S. Peirce para uma investigação acerca de questões de fenomenologia e ontologia das obras de arte [Tese de Doutorado, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo]. Repositório PUC-SP. https://sapientia.pucsp.br/handle/handle/22791

De Tienne, A. (1996). L’analytique de la représentation chez Peirce: La genèse de la théorie des catégories. Publications Fac St Louis.

Dilworth, D. A. (2014). Intellectual gravity and elective attractions: The provenance of Peirce’s categories in Friedrich von Schiller. Cognitio: Revista de Filosofia, 15(1), 37-72. https://revistas.pucsp.br/index.php/cognitiofilosofia/article/view/21071

Dilworth, D. A. (2016). Peirce’s transmutation of Schelling’s Philosophie der Natur. Cognitio: Revista de Filosofia, 17(2), 253-290. https://revistas.pucsp.br/index.php/cognitiofilosofia/article/view/31234

Fabbrichesi, R. (2008). The Greek roots of pragmatism: A new name for an old way of thinking. Cognitio: Revista de Filosofia, 9(2), 205-221. https://revistas.pucsp.br/cognitiofilosofia/article/download/12977/9452

Fabbrichesi, R. (2019). Spinoza, Emerson, and Peirce: Re-thinking the genealogy of pragmatism: 2019 Presidential address. Transactions of the Charles S. Peirce Society, 55(2), 103-118. https://doi.org/10.2979/trancharpeirsoc.55.2.01

Guardiano, N. (2011). The intelligibility of the metaphysics of Peirce’s objective idealism. Cognitio: Revista de Filosofia, 12(2), 187-204. https://revistas.pucsp.br/index.php/cognitiofilosofia/article/view/11602

Houser, N. (2011). Action and representation in Peirce’s pragmatism. In R. M. Calcaterra (Ed.), New perspectives on pragmatism and analytic philosophy (pp. 61-69). Editions Rodopi.

Houser, N., & Kloesel, C. (Eds.). (1992). The essential Peirce: Selected philosophical writings (Vol. 1). Indiana University Press.

Ibri, I. A. (2011). Peircean seeds for a philosophy of art. In K. Haworth, J. Hogue & L. G. Sbrocchi (Eds.), Semiotics 2010 (Vol. 1, pp. 1-16). Legas Publishers.

Ibri, I. A. (2015). Kósmos Noetós: A arquitetura metafísica de Charles S. Peirce. Paulus.

Ibri, I. A. (2020). Semiótica e pragmatismo: Interfaces teóricas (Vol. 1). FiloCzar; Cultura Acadêmica.

Ibri, I. A. (2021a). On the bottomless lake of firstness: Conjectures on the synthetic power of consciousness. Semiotica, 243, 129-152. https://doi.org/10.1515/sem-2021-0120

Ibri, I. A. (2021b). Semiótica e pragmatismo: Interfaces teóricas (Vol. 2). FiloCzar; Cultura Acadêmica.

Ibri, I. A. (2023). Between bets and rational choices: Conjectures on the fraying of time under intense action of chance. Veritas, 68(1), e44913. https://doi.org/10.15448/1984-6746.2023.1.44913

Ibri, I. A. (no prelo). Rescuing forgotten signs: In search of what heralds rebirth and renewal. The American Journal of Semiotics.

Innis, R. (2022). Dimensions of aesthetic encounters: Perception, interpretation, and the signs of art (SUNY series in American philosophy and cultural thought). State University of New York Press.

Lefebvre, M. (2007). Peirce’s esthetics: A taste for signs in art. Transactions of the Charles S. Peirce Society, 43(2), 319-344. http://www.jstor.org/stable/40321187

Liszka, J. (2021). Charles Peirce on ethics, esthetics and the normative sciences. Routledge.

Nubiola, J. (2021). Understanding and teaching pragmatism: “By their fruits ye shall know”. Cognitio: Revista de Filosofia, 22(1), e56724. https://doi.org/10.23925/2316-5278.2021v22i1:e56724

Peirce, C. S. (1931-1935; 1958). Collected papers of Charles Sanders Peirce (8 vols., C. Hartshorne, P. Weiss, & A. Burks, Eds.). Cambridge, MA: Harvard University Press. (Citado CP seguido do número do volume e do número da página).

Peirce, C. S. (1992). The essential Peirce: Selected philosophical writings (Vol. 1, N. Houser & C. Kloesel, Eds.). Bloomington, IN: Indiana University Press. (Citado EP seguido do número do volume e do número da página).

Santaella, L. (2004). O papel da mudança de hábito no pragmatismo evolucionista de Peirce. Cognitio: Revista de Filosofia, 5(1), 75-83. https://revistas.pucsp.br/index.php/cognitiofilosofia/article/view/13210

Santaella, L. (2019). Estética & semiótica. Intersaberes.

Schelling, F. W. J. (1978). System of transcendental idealism of 1800 (P. Heath, Trans.). University Press of Virginia.

Seif, F. (2020). Design and semiotics: The de-sign constitution of reality. The American Journal of Semiotics, 36(3), 165-178. https://doi.org/10.5840/ajs2020363/469

Publicado

2024-12-31

Edição

Seção

Dossiê

Como Citar

Ibri, I. A. (2024). Chronos, Kairós e a semiótica das coisas sem nome. MATRIZes, 18(3), 11-28. https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v18i3p11-28