Encarando um mundo desigual, de Michael Burawoy
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2176-8099.pcso.2015.102220Palavras-chave:
Globalização, desigualdade, mercados, movimentos sociais, Sociologia.Resumo
Para enfrentar um mundo desigual, somos obrigados a interpretá-lo e explicá-lo, mas também a engajar-nos, isto é, a reconhecer que fazemos parte e somos parcialmente responsáveis por ele. Em outras palavras, a desigualdade não é apenas algo externo a nós, mas algo que invade nosso próprio mundo. Nessa medida, eu começo examinando a comunidade global da Sociologia por intermédio da lente da desigualdade. Considero duas perspectivas recentes sobre nosso mundo desigual que vêm de fora da Sociologia: o radicalismo moral do papa Francisco, que enfatiza a exclusão da sociedade de mercado, e a pesquisa inovadora do economista Thomas Piketty, que enfatiza a inclusão desigual na sociedade de mercado. Essas duas faces da desigualdade global espelham os movimentos sociais que reverberaram a partir da crise econômica de 2008, mas que têm suas raízes em uma reação a uma ampla onda de mercantilização, a terceira a acometer o capitalismo moderno. Para explorar o significado da terceira onda de mercantilização, também conhecida como neoliberalismo, e dos movimentos sociais que ela provoca, inspiro-me em dois conceitos de Karl Polanyi – “mercadorias fictícias” e “contramovimento” –, bem como em uma teoria da dinâmica do capitalismo. Concluo com três desafios para uma Sociologia Global focada nos movimentos sociais: elaborar uma teoria que dialoga com experiências globais diversas da mercantilização; desenvolver uma metodologia que reconhece que somos inevitavelmente participantes do mundo que estudamos; e desenvolver uma política que defenda uma visão particular desse mundo; visão que definiu a tradição sociológica desde seu início, ou seja, que defenda a centralidade da sociedade civil contra a expansão desmedida do mercado e do Estado
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2015 Política de direitos compartilhados

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Ao submeter seu trabalho à Plural, o autor concorda que: o envio de originais à revista implica autorização para publicação e divulgação, ficando acordado que não serão pagos direitos autorais de nenhuma espécie. Uma vez publicados os textos, a Plural se reserva todos os direitos autorais, inclusive os de tradução, permitindo sua posterior reprodução como transcrição e com devida citação de fonte. O conteúdo do periódico será disponibilizado com licença livre, Creative Commons - Atribuição NãoComercial- CompartilhaIgual –, o que quer dizer que os artigos podem ser adaptados, copiados e distribuídos, desde que o autor seja citado, que não se faça uso comercial da obra em questão e que sejam distribuídos sob a mesma licença (ver: http://www.creativecommons.org.br/).