Mobilidades, encantamentos e pertença: o mundo ainda está rogando, porque ainda não acabou
DOI:
https://doi.org/10.11606/2179-0892.ra.2014.89111Palabras clave:
Vicinalidade, mutualidade, mobilidade, caboclos, negrosResumen
Este artigo explora a intrincada trama de relações tecidas por cab- oclos e negros que, no esforço de tornar a vida possível, fazem várias conversões étnico-políticas e econômicas. Pretende-se mostrar como essas transformações – de agricultores-pescadores em trabalhadores nas grandes metrópoles e de caboclos e negros em quilombolas – se processam sem desarticular inteiramente um mundo regido por relações de obrigações mútuas entre vizinhos e parentes. Propõe-se que essas relações formam vicinalidades que se espraiam para além dos povoados, chegando a São Luís e a São Paulo, onde as casas são extensões de uma “casa fundadora” presente no lugar de partida. São tratados aspectos fundamentais da coabitação – como a “criação” das crianças – que incidem na constituição da pessoa. O que está em pauta é que tanto as relações entre pessoas, como entre casas e lugares de vida, são relações de constituição mútua e a lembrar disso, estão os encantados evocando uma ética que rege as relações entre pessoas e também entre estas e determinados lugares.
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