Preconceito de cor e racismo no Brasil

Autores

  • Antonio Sérgio Alfredo Guimarães USP; Departamento de Sociologia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-77012004000100001

Palavras-chave:

racismo, preconceito de cor, preconceito racial, relações raciais

Resumo

O autor analisa a formação do campo temático dos estudos de relações raciais, no Brasil dos anos 1940, e sua posterior superação pelos estudos de identidade racial e racismo, nos anos 1970, buscando precisar a história dos significados teóricos de dois conceitos: preconceito de cor e racismo. Retroagindo ao final do século XIX, o autor argumenta que o racialismo dogmático de então foi desbancado pelo culturalismo do começo do século XX, apenas para ceder lugar à imprecisão entre a expressão nativa "preconceito de cor" e "preconceito racial", esta última introduzida pelo paradigma das relações raciais, gerado pela Escola de Chicago. Com a superação deste, nos anos 1970, e sua substituição por paradigmas que utilizam quase exclusivamente a análise estrutural e institucional, o conceito de racismo passou a denominar de maneira imprecisa todas as dimensões da vida social e da interação entre "brancos" e "negros". O autor sugere que apenas um retorno à separação analítica das diversas formas de interação e dimensões da vida social pode restituir a esse campo disciplinar a riqueza que teve nos primórdios das ciências sociais.

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Publicado

2004-01-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Guimarães, A. S. A. (2004). Preconceito de cor e racismo no Brasil . Revista De Antropologia, 47(1), 9-43. https://doi.org/10.1590/S0034-77012004000100001