Esplenectomia total laparoscópica para cisto esplênico congênito sintomático

Resumo

Os cistos esplênicos congênitos são entidades raras na prática cirúrgica e uma porcentagem não desprezível é assintomática. Apresentam amplo diagnóstico diferencial e diversas formas de manifestação, tornando-se uma patologia de difícil diagnóstico. Apresentamos o caso clínico incomum de um paciente com cisto esplênico congênito sintomático de 10 cm de diâmetro, com localização peculiar ao nível do hilo e pólo inferior do baço, submetido a abordagem laparoscópica para resolução. O estudo anatomopatológico evidenciou formação cística recoberta por camada de epitélio escamoso, com parênquima esplênico dentro dos limites histológicos normais. O diagnóstico de cistos esplênicos congênita é mais frequentemente feito incidentalmente em um estudo de imagem, mais comumente em crianças e adultos jovens. Clinicamente, quando os cistos são grandes, pela compressão que exercem sobre órgãos vizinhos ou pela distensão da cápsula, costumam causar sintomas. No caso do nosso paciente, os sintomas relatados foram dor abdominal em quadrante superior esquerdo, região infraescapular e lombar esquerda. A tomografia computadorizada revelou o grande tamanho do cistos esplênicos e a compressão que ele exercia sobre o rim. Existem diversas modalidades de tratamento para cistos esplênicos que podem variar entre: tratamento conservador, drenagem percutânea, marsupialização, esplenectomia parcial e até mesmo esplenectomia total laparoscópica ou aberta. Atualmente, a tendência no tratamento cirúrgico é a realização de esplenectomia parcial para garantir a função imunológica, mas se o cisto estiver intimamente relacionado ao hilo esplênico, a esplenectomia total é o tratamento de escolha para evitar complicações graves.