Impacto de alimentos ultraprocessados sobre o teor de micronutrientes da dieta no Brasil

Autores/as

  • Maria Laura da Costa Louzada Universidade de São Paulo; Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde
  • Ana Paula Bortoletto Martins Universidade de São Paulo; Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde
  • Daniela Silva Canella Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Instituto de Nutrição; Departamento de Nutrição Aplicada
  • Larissa Galastri Baraldi Universidade de São Paulo; Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde
  • Renata Bertazzi Levy Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina; Departamento de Medicina Preventiva
  • Rafael Moreira Claro Universidade Federal de Minas Gerais; Departamento de Nutrição
  • Jean-Claude Moubarac Universidade de São Paulo; Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde
  • Geoffrey Cannon Universidade de São Paulo; Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde
  • Carlos Augusto Monteiro Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Nutrição

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2015049006211

Palabras clave:

Alimentos Industrializados, Composição de Alimentos, Micronutrientes, Qualidade dos Alimentos, Consumo de Alimentos

Resumen

OBJETIVO Avaliar o impacto da ingestão de alimentos ultraprocessados sobre o teor de micronutrientes na alimentação da população brasileira.MÉTODOS Estudo transversal realizado com dados do módulo sobre consumo alimentar individual da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009, aplicado a uma amostra representativa da população brasileira com dez ou mais anos de idade (n = 32.898). Informações sobre o consumo alimentar foram obtidas por dois registros diários da alimentação. Análises de regressão linear foram empregadas para descrever a direção e o significado estatístico da associação entre quintos do consumo relativo de alimentos ultraprocessados e o teor de micronutrientes na dieta, sem e com ajuste para renda familiar.RESULTADOS O consumo médio diário per capita de energia foi de 1.866 kcal, sendo 69,5% proveniente de alimentos in natura ou minimamente processados (incluídas as preparações culinárias feitas com base nesses alimentos), 9,0% de alimentos processados e 21,5% de alimentos ultraprocessados. Para 16 dos 17 micronutrientes estudados, o teor médio encontrado na fração do consumo alimentar relativa aos alimentos ultraprocessados foi inferior ao da fração relativa aos alimentos in natura ou minimamente processados. O teor de 10 micronutrientes presentes nos alimentos ultraprocessados não chegou à metade do observado nos alimentos in natura ou minimamente processados. O aumento da participação dos alimentos ultraprocessados na dieta mostrou-se inversa e significativamente associado ao teor de vitaminas B12, D, E, niacina e piridoxina e de cobre, ferro, fósforo, magnésio, selênio e zinco. Situação oposta foi observada apenas para cálcio, tiamina e riboflavina.CONCLUSÕES Os achados deste estudo mostram que a redução no consumo de alimentos ultraprocessados é um caminho natural para a promoção da alimentação saudável no Brasil e, portanto, apoiam a recomendação do Guia Alimentar para a População Brasileira quanto a se evitar o consumo desses alimentos.

Publicado

2015-01-01

Número

Sección

Artigos Originais

Cómo citar

Louzada, M. L. da C., Martins, A. P. B., Canella, D. S., Baraldi, L. G., Levy, R. B., Claro, R. M., Moubarac, J.-C., Cannon, G., & Monteiro, C. A. (2015). Impacto de alimentos ultraprocessados sobre o teor de micronutrientes da dieta no Brasil. Revista De Saúde Pública, 49, 45. https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2015049006211