Gastos catastróficos em saúde e multimorbidade entre adultos mais velhos no Brasil

Autores/as

  • Gabriella Marques Bernardes Fundação Oswaldo Cruz
  • Helton Saulo Universidade de Brasília
  • Rodrigo Nobre Fernandez Universidade Federal de Pelotas
  • Maria Fernanda Lima-Costa Fundação Oswaldo Cruz
  • Fabíola Bof de Andrade Fundação Oswaldo Cruz

DOI:

https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2020054002285

Palabras clave:

Idoso, Multimorbidade, Fatores Socioeconômicos, Gasto Catastrófico

Resumen

OBJETIVO: Estimar a relação entre gasto catastrófico em saúde (GCS) e multimorbidade em amostra nacional representativa da população brasileira com 50 anos de idade ou mais. MÉTODOS: Foram utilizados dados de 8.347 participantes do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (2015–2016). A variável dependente foi o GCS, definido pela razão entre as despesas com saúde do adulto de 50 anos ou mais e a renda domiciliar. A variável de interesse foi a multimorbidade (duas ou mais doenças crônicas), e a variável utilizada para estratificação foi o escore de riqueza. As principais análises foram baseadas na regressão logística multivariada. RESULTADOS: A prevalência de GCS foi de 17,9% e 7,5% para gastos correspondentes a 10% e 25% da renda domiciliar, respectivamente. A prevalência da multimorbidade foi de 63,2%. A multimorbidade apresentou associações positivas e independentes com GCS (OR = 1,95, IC95% 1,67–2,28 e OR = 1,40, IC95% 1,11–1,76 para gastos correspondentes a 10% e 25%, respectivamente). Os gastos associados à multimorbidade foram maiores entre aqueles com menor escore de riqueza. CONCLUSÕES: Os resultados chamam atenção para a necessidade de uma abordagem integrada da multimorbidade nos serviços de saúde, de forma a evitar os GCS, particularmente entre adultos mais velhos com piores condições socioeconômicas.

Biografía del autor/a

  • Gabriella Marques Bernardes, Fundação Oswaldo Cruz

    Fundação Oswaldo Cruz. Instituto René Rachou. Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva. Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil

  • Helton Saulo, Universidade de Brasília

    Universidade de Brasília. Departamento de Estatística. Brasília, Distrito Federal, Brasil

  • Rodrigo Nobre Fernandez, Universidade Federal de Pelotas

    Universidade Federal de Pelotas. Departamento de Economia. Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil

  • Maria Fernanda Lima-Costa, Fundação Oswaldo Cruz

    Fundação Oswaldo Cruz. Instituto René Rachou. Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva. Belo
    Horizonte, Minas Gerais, Brasil
    Fundação Oswaldo Cruz. Instituto René Rachou. Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil

     

  • Fabíola Bof de Andrade, Fundação Oswaldo Cruz

    Fundação Oswaldo Cruz. Instituto René Rachou. Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva. Belo
    Horizonte, Minas Gerais, Brasil
    Fundação Oswaldo Cruz. Instituto René Rachou. Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil

Referencias

World Health Organization. Global report: Public Spending on Health: a closer look at global trends. Geneva: WHO; 2018.

Hsiao WC. Why is a systemic view of health financing necessary?health affairs. Health Aff (Millwood). 2007;26(4):950-61.

https://doi.org/10.1377/hlthaff.26.4.950

World Health Organization. Tracking universal health coverage: 2017Global Monitoring Report. Geneva: WHO; 2017. Co-published by the The World Bank.

Wagstaff A, Flores G, Hsu J, Smitz MF, Chepynoga K, Buisman LR, et al. Progress on catastrophic health spending in 133 countries: a retrospective observational study. Lancet Glob Health. 2018;6(2):e169-79.

https://doi.org/10.1016/S2214-109X(17)30429-1

Xu K, Evans DB, Kawabata K, Zeramdini R, Klavus J, Murray CJ. Household catastrophic health expenditure: a multicountry analysis. Lancet. 2003;362(9378):111-7. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(03)13861-5

World Health Organization. World health statistics 2018: monitoring health for the SDGs, sustainable development goals. Geneva: WHO; 2018.

Barros AJ, Bastos JL, Dâmaso AH. Catastrophic spending on health care in Brazil: private health insurance does not seem to be the solution. Cad Saude Publica. 2011;27 Suppl 2: s254-62. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2011001400012

Boing AC, Bertoldi AD, Barros AJD, Posenato LG, Peres KG. Socioeconomic inequality in catastrophic health expenditure in Brazil. Rev Saude Publica. 2014;48(4):632-41. https://doi.org/10.1590/S0034-8910.2014048005111

McRae I, Yen L, Jeon YH, Herath PM, Essue B. Multimorbidity is associated with higher out-of-pocket spending: a study of older Australians with multiple chronic conditions. Aust J Prim Health. 2013;19(2):144-9. https://doi.org/10.1071/PY12035

Sum G, Hone T, Atun R, Millett C, Suhrcke M, Mahal A, et al. Multimorbidity and out-of-pocket expenditure on medicines: a systematic review. BMJ Glob Health. 2018;3(1): e000505. https://doi.org/10.1136/bmjgh-2017-000505

GBD 2016 Causes of Death Collaborators. Global, regional, and national age-sex specific mortality for 264 causes of death, 1980-2016: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2016. Lancet. 2017;390(10100):1151-1210.

https://doi.org/10.1016/S0140-6736(17)32152-9

Bähler C, Huber CA, Brüngger B, Reich O. Multimorbidity, health care utilization and costs in an older adult community-dwelling population: a claims data based observational study. BMC Health Serv Res. 2015;15:23. https://doi.org/10.1186/s12913-015-0698-2

World Health Organization. The World Health Report 2008 - primary health care (now more than ever). Geneva: WHO; 2008.

Kingston A, Robinson L, Booth H, Knapp M, Jagger C; MODEM project. Projections of multi-morbidity in the older population in England to 2035: estimates from the Population Ageing and Care Simulation (PACSim) model. Age Ageing. 2018;47(3):374-80. https://doi.org/10.1093/ageing/afx201

Picco L, Achilla E, Abdin E, Chong SA, Vaingankar JA, McCrone P, et al. Economic burden of multimorbidity among older adults: impact on healthcare and societal costs. BMC Health Serv Res. 2016; 16:173. https://doi.org/10.1186/s12913-016-1421-7

Lima-Costa MF, Facchini LA, Matos DL, Macinko J. Mudanças em dez anos das desigualdades sociais em saúde dos idosos brasileiros (1998-2008). Rev Saude Publica. 2012;46 Supl 1:100-7. https://doi.org/10.1590/S0034-89102012005000059

Lima-Costa MF, Andrade FB, Souza Jr PRB, Neri AL, Duarte YAO, Castro-Costa E, et al. The Brazilian Longitudinal Study of Aging (ELSI-Brazil): objectives and design. Am J Epidemiol. 2018;187(7):1345-53. https://doi.org/10.1093/aje/kwx387

Fry K, Firestone R, Chakraborty NM. Measuring equity with nationally representative wealth quintiles. Washington, DC: Population Services International; 2014.

Azzani M, Roslani AC, Su TT. Determinants of household catastrophic health expenditure: a systematic review. Malays J Med Sci. 2019;26(1):15-43. https://doi.org/10.21315/mjms2019.26.1.3

Arenliu Qosaj F, Froeschl G, Berisha M, Bellaqa B, Holle R. Catastrophic expenditures and impoverishment due to out-of-pocket health payments in Kosovo. Cost Eff Resour Alloc. 2018; 16:26. https://doi.org/10.1186/s12962-018-0111-1

Cavalcanti G, Doring M, Portella MR, Bortoluzzi EC, Mascarelo A, Dellani MP. Multimorbidity associated with polypharmacy and negative self-perception of health. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2017;20(5):634-42.

https://doi.org/10.1590/1981-22562017020.170059

Yazdi-Feyzabadi V, Mehrolhassani MH, Darvishi A. Measuring catastrophic health expenditures and its inequality: evidence from Iran’s Health Transformation Program. Health Policy Plan. 2019;34(4):316-25. https://doi.org/10.1093/heapol/czz031

Castro MC, Massuda A, Almeida G, Menezes-Filho NA, Andrade MV, Noronha KVMS, et al. Brazil’s unified health system: the first 30 years and prospects for the future. Lancet. 2019;394(10195):345-56.

https://doi.org/10.1016/S0140-6736(19)31243-7

Macinko J, Andrade FB, Souza Junior PRB, Lima-Costa MF. Primary care and healthcare utilization among older Brazilians (ELSI-Brazil). Rev Saude Publica. 2018;52 Suppl 2:6s. https://doi.org/10.11606/S1518-8787.2018052000595

Oliveira MA, Luiza VL, Tavares NUL, Mengue SS, Arrais PSD, Farias MR et al. Acesso a medicamentos para doenças crônicas no Brasil: uma abordagem multidimensional. Rev Saude Publica. 2016;50 Supl 2:6s. https://doi.org/10.1590/s1518-8787.2016050006161

Boing AC, Bertoldi AD, Boing AF, Bastos JL, Peres KG. Acesso a medicamentos no setor público: análise de usuários do Sistema Único de Saúde no Brasil. Cad Saude Publica. 2013;29(4):691-701. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2013000400007

Matta SR, Bertoldi AD, Emmerick ICM, Fontanella AT, Costa KS, Luiza VL; Grupo PNAUM. Fontes de obtenção de medicamentos por pacientes diagnosticados com doenças crônicas, usuários do Sistema Único de Saúde. Cad Saude Publica. 2018;34(3): e00073817. https://doi.org/10.1590/0102-311x00073817

Knaul FM, Arreola-Ornelas H, Wong R, Lugo-Palacios DG, Méndez-Carniado O. Efecto del Seguro Popular de Salud sobre los gastos catastróficos y empobrecedores en México, 2004-2012. Salud Publica Mex. 2018;60(2):130-40. https://doi.org/10.21149/9064

Zhao SW, Zhang XY, Dai W, Ding YX, Chen JY, Fang PQ. Effect of the catastrophic medical insurance on household catastrophic health expenditure: evidence from China. Gac Sanit. 2020;34(4):370-6. https://doi.org/10.1016/j.gaceta.2018.10.005

Macintyre S, Der G, Norrie J. Are there socioeconomic differences in responses to a commonly used self report measure of chronic illness? Int J Epidemiol. 2005;34(6):1284-90. https://doi.org/10.1093/ije/dyi200

Publicado

2020-12-12

Número

Sección

Artigos Originais

Cómo citar

Bernardes, G. M., Saulo, H., Fernandez, R. N., Lima-Costa, M. F., & Andrade, F. B. de. (2020). Gastos catastróficos em saúde e multimorbidade entre adultos mais velhos no Brasil. Revista De Saúde Pública, 54, 125. https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2020054002285