Evolução da disponibilidade domiciliar de alimentos regionais no Amazonas
DOI:
https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2023057004804Palabras clave:
Alimentação Básica, Comportamento Alimentar, Ingestão de Alimentos, Inquéritos sobre DietasResumen
OBJETIVO: Avaliar a evolução da disponibilidade domiciliar de alimentos regionais no Amazonas, sua distribuição segundo características sociodemográficas e potenciais diferenças em relação ao restante do Brasil. MÉTODOS: Foram analisados dados de aquisição de alimentos para consumo domiciliar das Pesquisas de Orçamentos Familiares (POFs) de 2002–2003, 2008–2009 e 2017–2018, que estudaram, respectivamente, 48.470, 55.970 e 57.920 domicílios no Brasil, dos quais 1,075, 1.344 e 1.833 estão no Amazonas. Os alimentos foram reunidos em três grupos: macaxeira e derivados, peixes de água doce, e frutos regionais. A quantidade de alimento regional adquirido, expressa em participação calórica relativa domiciliar, foi analisada para o Amazonas como um todo e segundo variáveis sociodemográficas (diferenças avaliadas pela sobreposição dos intervalos de confiança de 95%). RESULTADOS: A participação calórica domiciliar do total de alimentos regionais no Amazonas foi de 22,54% em 2002-2003, 18,18% em 2008-2009 e 6,49% em 2017-2018. No Brasil, estes percentuais foram bem menores no mesmo período: 3,67%, 3,34% e 1,82%, respectivamente. As mudanças no Amazonas ocorreram, principalmente, pela drástica redução do grupo de macaxeira e derivados (de 14,30% em 2002–2003 para 12,74% em 2008-2009 e 3,09% em 2017–2018) e pelo declínio gradativo da disponibilidade domiciliar de peixes de água doce (de 7,30% em 2002–2003 para 4,85% 2008–2009 e 2,90% em 2017–2018). Domicílios do meio rural e com menor renda per capita tiveram maior participação calórica do total de alimentos regionais, estratos que também tiveram as maiores reduções. CONCLUSÃO: Houve redução significativa da presença de alimentos regionais no Amazonas no período estudado, atingindo principalmente os domicílios da zona rural e com menor renda, cuja pessoa de referência da família era do sexo masculino, mais jovem e com menor escolaridade.
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