Ambiente alimentar de terminais rodoviários da região metropolitana do Rio de Janeiro

Autores/as

  • Ana Carolina Castro de Jesus Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca. Programa de Pós-graduação em Epidemiologia em Saúde Pública. Rio de Janeiro, RJ, Brasil https://orcid.org/0000-0002-8547-7830
  • Laís Vargas Botelho Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca. Programa de Pós-graduação em Epidemiologia em Saúde Pública. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. https://orcid.org/0000-0003-2810-1922
  • Daniela Silva Canella Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Instituto de Nutrição. Departamento de Nutrição Aplicada. Rio de Janeiro, RJ, Brasil https://orcid.org/0000-0001-9672-4983
  • Letícia Ferreira Tavares Universidade Federal do Rio de Janeiro. Instituto de Nutrição Josué de Castro. Departamento de Gastronomia. Rio de Janeiro, RJ, Brasil https://orcid.org/0000-0001-5205-2994
  • Paulo César Pereira de Castro Junior Universidade Federal do Rio de Janeiro. Instituto de Nutrição Josué de Castro. Departamento de Nutrição Social e Aplicada. Rio de Janeiro, RJ, Brasil https://orcid.org/0000-0002-6629-9610
  • Isabela da Costa Gaspar da Silva Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca. Programa de Pós-graduação em Epidemiologia em Saúde Pública. Rio de Janeiro, RJ, Brasil https://orcid.org/0000-0001-7329-3527
  • Letícia de Oliveira Cardoso Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca. Departamento de Epidemiologia e Métodos Quantitativos. Rio de Janeiro, RJ, Brasil https://orcid.org/0000-0003-1312-1808

DOI:

https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2024058004769

Palabras clave:

Alimentos, Saúde da População Urbana, Meios de Transporte

Resumen

OBJETIVO: Descrever e analisar a saudabilidade dos estabelecimentos com venda formal e informal de alimentos em terminais rodoviários da região metropolitana do Rio de Janeiro. MÉTODOS: Realizou-se auditoria em 156 estabelecimentos formais e 127 pontos informais de venda de alimentos localizados em 14 terminais rodoviários das cinco cidades mais populosas da região metropolitana do Rio de Janeiro. Foram calculadas proporções de tipos de estabelecimentos e médias (IC95%) de indicadores de disponibilidade de alimentos nos ambientes formal e informal. Para o ambiente formal, foram descritos preços, proporções das formas de pagamento aceitas, dias e horários de funcionamento e categorias de alimentos com propaganda exposta. RESULTADOS: A saudabilidade dos pontos de venda de alimentos nos terminais rodoviários era baixa (inferior a 36%). Em média, estavam disponíveis para compra 250% mais subgrupos de alimentos ultraprocessados do que in natura ou minimamente processados. Adquirir comida nesses locais era conveniente porque diversas formas de pagamento estavam disponíveis e os horários de funcionamento dos estabelecimentos acompanhavam os picos de movimentação. Além disso, 73,3% das propagandas se referiam a bebidas ultraprocessadas e o custo-benefício da compra de alimentos ultraprocessados era melhor que o de alimentos in natura ou minimamente processados. CONCLUSÃO: O ambiente alimentar dos terminais rodoviários da região metropolitana do Rio de Janeiro promove uma alimentação não saudável. Políticas públicas de regulação devem se concentrar em iniciativas que limitem a ampla disponibilidade e publicidade de alimentos ultraprocessados nesses espaços de grande circulação de pessoas.

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Publicado

2024-02-19

Número

Sección

Artigos Originais

Cómo citar

Jesus, A. C. C. de, Botelho, L. V., Canella, D. S., Tavares, L. F., Castro Junior, P. C. P. de, Silva, I. da C. G. da, & Cardoso, L. de O. (2024). Ambiente alimentar de terminais rodoviários da região metropolitana do Rio de Janeiro. Revista De Saúde Pública, 58(1), 4. https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2024058004769

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