Estudo clínico-epidemiológico da esquistossomose mansoni em escolares da Ilha, município de Arcos, MG (Brasil), 1983

Autores/as

  • Mark Drew Crosland Guimarães Universidade Federal de Minas; Departamento de Medicina Preventiva e Social
  • Maria Fernanda Furtado de Lima e Costa Universidade Federal de Minas; Departamento de Medicina Preventiva e Social
  • Lucinéia Bernardes de Lima Universidade Federal de Minas; Internato Rural
  • Maria Aparecida Moreira Universidade Federal de Minas; Internato Rural

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89101985000100002

Palabras clave:

Esquistossomose mansônica, Epidemiologia, Escolares

Resumen

Foi realizado um estudo clínico-epidemiológico da esquistossomose em escolares (6 - 14 anos) da Ilha, em Minas Gerais (Brasil). Foram feitos exame parasitológico de fezes pelo método de KATO-KATZ e exame clínico em, respectivamente, 86,7 e 85,4% da população escolar. Foi realizado levantamento sócio-econômico e foram pesquisados os sinais e sintomas apresentados pelos pacientes e seus contatos com águas naturais. O índice de infecção pelo Schistosoma mansoni foi 32,7%, predominaram as baixas contagens de ovos nas fezes (89,0% dos pacientes eliminavam menos de 500 ovos/grama de fezes) e o índide de esplenomegalia foi 7,7%. Os pacientes positivos (com ovos de S. mansoni nas fezes) foram comparados aos negativos (sem ovos nas fezes e com intradermoreação negativa), verificando-se que a infecção pelo S. mansoni era significativamente mais freqüente entre os trabalhadores rurais, entre os que residiam em casas de pior qualidade e entre aqueles cujos chefes de família eram analfabetos. Constituíram os maiores fatores de risco para a infecção pelo S. mansoni nesta área: a) ter contatos com águas naturais para trabalhar na lavoura (Odds Ratio = 18,08); b) ter contatos diários com águas naturais (OR = 13,82) e c) ter contatos com águas naturais para pescar, nadar e/ou brincar (OR = 7,75 e 5,51, respectivamente). Os autores levantam a hipótese de que a transmissão da esquistossomose nesta localidade não ocorre no peridomicílio, mas sim nas lagoas próximas à Ilha e nas plantações agrícolas, provavelmente nas culturas de arroz de várzea.

Publicado

1985-02-01

Número

Sección

Artigos Originais

Cómo citar

Guimarães, M. D. C., Costa, M. F. F. de L. e, Lima, L. B. de, & Moreira, M. A. (1985). Estudo clínico-epidemiológico da esquistossomose mansoni em escolares da Ilha, município de Arcos, MG (Brasil), 1983 . Revista De Saúde Pública, 19(1), 8-17. https://doi.org/10.1590/S0034-89101985000100002