Infecção pelo HIV: descritores de mortalidade em pacientes hospitalizados

Autores/as

  • Luiz Claudio Santos Thuler Universidade do Rio de Janeiro
  • André Luís Hatherly Universidade do Rio de Janeiro
  • Patrícia Nascimento Góes Universidade do Rio de Janeiro
  • Jorge Roberto de Almeida e Silva Universidade do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89101998000600011

Palabras clave:

Síndrome de imunodeficiência adquirida, Tempo de internação, Mortalidade hospitalar

Resumen

OBJETIVO: Estudar os descritores clínico-epidemiológicos da mortalidade em pacientes internados por condições clínicas associadas à infecção pelo HIV. MÉTODO: Estudo retrospectivo de todos os pacientes adultos hospitalizados em 1990, 1992 e 1994 em hospital universitário. Os resultados foram descritos como números absolutos, percentagens e médias, sendo a significância estatística entre as diferenças avaliada pelos testes do qui-quadrado, exato de Fisher ou t de Student, conforme o caso. Um modelo de regressão logística foi elaborado visando a identificar os principais fatores associados ao risco de evolução para o óbito. RESULTADOS: Foram incluídos no estudo 240 pacientes. Entre 1990 e 1994 a idade média dos pacientes aumentou de 35,0 para 36,9 anos, a razão entre os sexos masculino e feminino caiu de 9,8 para 2,0, a proporção de não brancos cresceu de 18,5 para 41,3 e registrou-se um aumento do tempo médio entre a descoberta da infecção pelo HIV e a hospitalização de 0,7 para 2,5 anos. Observou-se a redução do número médio de dias de hospitalização de 31,3 para 25,3 e aumento da proporção de pacientes em acompanhamento ambulatorial de 47,8 para 83,3%. As infecções respiratórias representaram a principal causa de hospitalização (58%) e as infecções oportunistas apresentadas com maior freqüência foram: candidíase oral (27,1%), tuberculose (18,3%), pneumonia por Pneumocystis carinii (15,4%) e neurotoxoplasmose (10,4%). Na análise multivariada, apenas o tempo de hospitalização menor ou igual a 7 dias (Odds Ratio [OR]=3,88; p=0,02) e a ausência de acompanhamento ambulatorial (OR=3,29; p=0,01) mostraram-se associados a um maior risco de evolução para óbito. CONCLUSÃO: O conhecimento dos fatores associados a um risco aumentado de morte pode ser útil na tomada de decisão frente a pacientes hospitalizados com infecção pelo HIV.

Publicado

1998-12-01

Número

Sección

Artigos Originais

Cómo citar

Thuler, L. C. S., Hatherly, A. L., Góes, P. N., & Silva, J. R. de A. e. (1998). Infecção pelo HIV: descritores de mortalidade em pacientes hospitalizados . Revista De Saúde Pública, 32(6), 572-578. https://doi.org/10.1590/S0034-89101998000600011