Avaliação na atenção primária paulista: ações incipientes em saúde sexual e reprodutiva

Autores

  • Mariana Arantes Nasser Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina; Centro de Saúde Escola Professor Samuel Barnsley Pessoa
  • Maria Ines Battistella Nemes Universidade de São Paulo; Faculdade de Medicina; Departamento de Medicina Preventiva
  • Marta Campagnoni Andrade Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo; Departamento de Saúde Coletiva
  • Rogério Ruscitto do Prado Hospital Israelita Albert Einstein; Departamento de Cardiologia
  • Elen Rose Lodeiro Castanheira Universidade Estadual Paulista; Faculdade de Medicina de Botucatu; Departamento de Saúde Pública

DOI:

https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2017051006711

Palavras-chave:

Avaliação de Programas e Projetos de Saúde, Avaliação de Serviços de Saúde, Saúde Sexual e Reprodutiva, Doenças Sexualmente Transmissíveis, prevenção & controle, Síndrome de Imunodeficiência Adquirida, Atenção Primária à Saúde, Sistema Único de Saúde

Resumo

OBJETIVO Avaliar o desempenho em saúde sexual e reprodutiva de serviços de atenção primária à saúde do Sistema Único de Saúde, no estado de São Paulo. MÉTODOS Construiu-se quadro avaliativo para a saúde sexual e reprodutiva com a categorização de 99 indicadores em três domínios: promoção à saúde sexual e reprodutiva (25), prevenção e assistência às doenças sexualmente transmissíveis/aids (43), e atenção à saúde reprodutiva (31). Esse quadro foi aplicado para avaliar as respostas dos serviços ao questionário Avaliação da Qualidade da Atenção Básica em Municípios de São Paulo (QualiAB), em 2010. Calcularam-se as porcentagens de respostas positivas aos indicadores e o desempenho na dimensão saúde sexual e reprodutiva, segundo os domínios; e verificou-se sua contribuição para o escore geral em saúde sexual e reprodutiva (Friedman), participação relativa (Dunn) e correlação (Spearman). RESULTADOS Participaram 2.735 serviços, localizados em 586 municípios (distribuídos nos 17 departamentos regionais de saúde paulistas), dos quais 70,6% municípios com menos de 100.000 habitantes. A média geral do desempenho desses serviços para saúde sexual e reprodutiva é 56,8%. As ações são caracterizadas por: pré-natal com início e exames adequados, melhor organização para puerpério imediato do que tardio, e planejamento reprodutivo seletivo para alguns contraceptivos; prevenção baseada em proteção específica, limites na prevenção da sífilis congênita, no tratamento de doenças sexualmente transmissíveis, no rastreamento do câncer cervical e mamário; atividades educativas pontuais, com restrita abordagem das vulnerabilidades, predomínio do enfoque da sexualidade centrado na reprodução. O domínio saúde reprodutiva tem maior participação no escore geral, seguido de prevenção/assistência e promoção. Os três domínios estão correlacionados; o domínio prevenção/assistência apresenta as maiores correlações com os demais. CONCLUSÕES A implementação da saúde sexual e reprodutiva na atenção primária à saúde nos serviços estudados é incipiente. É necessário rever finalidades do trabalho, disseminar tecnologias e investir em educação permanente. O quadro avaliativo construído pode ser utilizado pelos serviços e pela gestão do programa de saúde sexual e reprodutiva na atenção primária à saúde e contribuir para suas ações.

Publicado

2017-01-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Nasser, M. A., Nemes, M. I. B., Andrade, M. C., Prado, R. R. do, & Castanheira, E. R. L. (2017). Avaliação na atenção primária paulista: ações incipientes em saúde sexual e reprodutiva. Revista De Saúde Pública, 51, 77. https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2017051006711