Condições hospitalares adquiridas e tempo de permanência no ciclo gravídico-puerperal

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2019053000688

Palavras-chave:

Gestantes, Transtornos Puerperais, Hospitalização, Tempo de Internação, economia, Custos Hospitalares

Resumo

OBJETIVO: Analisar o impacto das condições hospitalares adquiridas em mulheres no ciclo gravídico puerperal no tempo de permanência. MÉTODOS: Este estudo transversal foi conduzido com 113.456 mulheres, entre julho de 2012 e julho de 2017, em hospitais nacionais da rede suplementar de saúde e filantrópicos credenciados para atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os dados das altas hospitalares foram coletados utilizando o sistema Diagnosis-Related Groups (DRG Brasil). Foram incluídos todos os DRG que compõem a grande categoria diagnóstica 14 (MDC14), abrangendo gestação, parto e puerpério. O impacto das condições hospitalares adquiridas no tempo de permanência foi estimado por meio do teste t de Student, e o tamanho do efeito pelo d de Cohen, que permite avaliar a relevância clínica. RESULTADOS: As categorias diagnósticas relacionadas à MDC14 mais prevalentes foram partos vaginais sem diagnósticos complicadores e cesáreas, tanto nas instituições credenciadas para atendimento pelo SUS quanto nas de saúde suplementar. A prevalência de condições hospitalares adquiridas foi de 3,8% na saúde suplementar e 2,5% no SUS. Observou-se maior tempo de permanência nos hospitais que prestam serviços a operadoras da saúde suplementar do Brasil na presença de CHA para as pacientes categorizadas nos DRG: cesariana com complicações ou comorbidades presentes à admissão (p < 0,001; d de Cohen = 0,74), cesariana sem complicações ou comorbidades presentes à admissão (p < 0,001; d de Cohen = 0,31), doenças puerperais e pós-aborto sem cirurgia (p < 0,001; d de Cohen = 1,05) e outras doenças da gravidez com complicações clínicas (p < 0,001; d de Cohen = 0,77). CONCLUSÕES: O presente estudo revelou que a prevalência de condições adquiridas foi baixa tanto nas instituições credenciadas para atendimento pelo SUS quanto nas de saúde suplementar; entretanto, sua presença contribui para o aumento do tempo de permanência hospitalar em casos de cesáreas sem complicações ou comorbidades nas instituições de saúde suplementar.

Publicado

2019-02-07

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Silva, T. P. R. da, Carmo, A. S. do, Novaes, T. G., Mendes, L. L., Moreira, A. D., Pessoa, M. C., Cosenza, L., Pereira, J. F. C., & Matozinhos, F. P. (2019). Condições hospitalares adquiridas e tempo de permanência no ciclo gravídico-puerperal. Revista De Saúde Pública, 53, 64. https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2019053000688