Prevalência e fatores de risco relacionados ao uso de drogas entre escolares

Autores

  • José Baus Universidade Federal de Santa Catarina; Departamento de Psicologia
  • Emil Kupek Universidade Federal de Santa Catarina; Departamento de Saúde Pública
  • Marcos Pires Universidade Federal de Santa Catarina; Departamento de Psicologia

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102002000100007

Palavras-chave:

Transtornos relacionados ao uso de substâncias psicoativas^i1^sepidemiolo, Adolescência, Prevalência, Fatores de risco, Estudantes, Questionários, Fatores socioeconômicos, Distribuição por sexo, Abuso de drogas

Resumo

OBJETIVO: Analisar a prevalência e os fatores de risco relacionados ao uso indevido de drogas entre estudantes de uma escola pública de primeiro e segundo graus. MÉTODOS: Foi realizado estudo descritivo transversal, utilizando, como instrumento de pesquisa, um questionário anônimo, padronizado e amplamente testado no Brasil para levantamento do uso de drogas. A população estudada foi constituída de 478 estudantes de escola pública de primeiro e segundo graus, de Florianópolis, SC. Os questionários foram aplicados por estudantes universitários devidamente treinados. Entre os estudantes pesquisados, 43% e 32% foram de faixa etária de 13 a 15 anos e de 16 a 18 anos, respectivamente, com predomínio de classes socioeconômicas mais altas. RESULTADOS: A prevalência de uso de maconha na vida (19,9%), solventes (18,2%), anfetamínicos (8,4%) e álcool (86,8%) foi elevada em Florianópolis, comparada a outras capitais da região Sul e à média brasileira. Notou-se elevado e freqüente uso (seis ou mais vezes por mês) de álcool (24,2%), maconha (4,9%), solventes (2,5%) e anfetamínicos (2,3%). Os fatores demográficos relacionados ao uso de drogas na vida foram idade, sexo, classe socioeconômica e vida junto aos pais. A chance de garotas usarem remédios para emagrecer ou ficarem acordadas foi o dobro da chance de garotos e, quanto ao uso de tranqüilizantes, quase o triplo. Os garotos tinham um risco quase duas vezes maior de uso de solvente do que as garotas. A classe socioeconômica alta foi associada a um risco duas vezes maior do uso de álcool do que a classe baixa. O risco de uso de cigarro e maconha na vida foi 84% e 67% maior, respectivamente, para alunos cujos pais estavam separados. CONCLUSÃO: Constatou-se alta prevalência de uso de várias drogas entre os alunos de primeiro e segundo graus.

Downloads

Publicado

2002-02-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Baus, J., Kupek, E., & Pires, M. (2002). Prevalência e fatores de risco relacionados ao uso de drogas entre escolares . Revista De Saúde Pública, 36(1), 40-46. https://doi.org/10.1590/S0034-89102002000100007