Validade de instrumento epidemiológico para rastrear H. pylori entre pacientes dispépticos

Autores

  • Iná Silva Santos Universidade Federal de Pelotas
  • Raúl A Mendoza Sassi Fundação Universidade Federal do Rio Grande
  • Gicele Costa Minten Universidade Federal de Pelotas
  • Giovana Costa Tuerlinckx Universidade Federal de Pelotas
  • Neiva C J Valle Universidade Federal de Pelotas
  • Sandro S de Oliveira Universidade Católica de Pelotas
  • Jose Boccio Universidad de Buenos Aires
  • Domingo Andrés Barrado Universidad de Buenos Aires
  • Samanta Gaertner Mariani Universidade Federal de Pelotas
  • Joaquim Freitas Carriconde Universidade Federal de Pelotas

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102009005000034

Palavras-chave:

Helicobacter pylori, Infecções por Helicobacter^i1^sdiagnóst, Dispepsia, Validade dos Testes, Sensibilidade e Especificidade, Estudos Transversais

Resumo

OBJETIVO:Validar um escore epidemiológico para identificar dispépticos positivos para Helicobacter pylori. MÉTODOS: Estudo transversal realizado com 434 indivíduos entre 18 e 45 anos de idade, portadores de dispepsia não investigada, usuários de unidades básicas de saúde de Pelotas (RS), entre 2006 e 2007. Dispepsia foi diagnosticada conforme Roma-II. O padrão-ouro para presença de H. pylori foi o teste respiratório com 13C-uréia. Analisou-se a associação entre H. pylori e variáveis independentes por regressão logística. O escore foi construído a partir de odds ratios ajustadas. Foram calculadas a sensibilidade, especificidade e valores preditivos. RESULTADOS: Dentre os dispépticos, a prevalência de H. pylori foi 74% (IC 95%: 69;77,7) e esteve associada diretamente à idade e número de irmãos na infância e inversamente à escolaridade, sendo essas variáveis utilizadas na construção do escore. Os valores do escore variaram de 3-9. Escores entre 7, 8 e 9 apresentaram sensibilidade, respectivamente, de 36,6%, 22,3% e 11,1%; e valores preditivos positivos 87,8%, 90,9% e 92,1%. Sem a aplicação do escore, três de cada quatro dispépticos receberiam tratamento para H. pylori, com a aplicação, menor número de dispépticos seriam encaminhados para tratamento (um em cada três, seis e 11, respectivamente, com os pontos de corte entre 7 e 9), porém às custas de alta taxa de casos falso-negativos. CONCLUSÕES:O escore não foi válido para identificação seletiva de dispépticos candidatos a tratamento erradicador para H. pylori. Diferentemente do recomendado para países desenvolvidos, a alta prevalência de H. pylori torna a estratégia testar-e-tratar inapropriada para uso nos países em desenvolvimento.

Publicado

2009-08-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Santos, I. S., Sassi, R. A. M., Minten, G. C., Tuerlinckx, G. C., Valle, N. C. J., Oliveira, S. S. de, Boccio, J., Barrado, D. A., Mariani, S. G., & Carriconde, J. F. (2009). Validade de instrumento epidemiológico para rastrear H. pylori entre pacientes dispépticos . Revista De Saúde Pública, 43(4), 639-646. https://doi.org/10.1590/S0034-89102009005000034