Efeito da Estratégia Saúde da Família na vigilância de óbitos infantis

Autores

  • Marta Santana Estado da Bahia; Secretaria de Saúde
  • Rosana Aquino Universidade Federal da Bahia; Instituto de Saúde Coletiva
  • Maria Guadalupe Medina Universidade Federal da Bahia; Instituto de Saúde Coletiva

DOI:

https://doi.org/10.1590/S0034-89102011005000081

Palavras-chave:

Mortalidade Infantil, Programa Saúde da Família, Atenção Primária à Saúde, Vigilância Epidemiológica, Estudos Ecológicos

Resumo

OBJETIVO: Analisar o efeito da Estratégia Saúde da Família na vigilância de óbitos infantis. MÉTODOS: Estudo ecológico de múltiplos grupos, tendo municípios do Estado da Bahia no ano de 2008 como unidade de análise. Os 3.947 óbitos analisados foram obtidos do Sistema de Informação sobre Mortalidade e a meta mínima de investigação considerada foi de 25% dos óbitos. Foram utilizados modelos de regressão logística bivariado e múltipla, ajustados por variáveis sociodemográficas e de organização de serviços. RESULTADOS: Em 48,9% dos municípios houve investigação de pelo menos um óbito infantil e em 35,5% foi alcançada a meta mínima de investigação. Nos modelos bivariados para avaliação da investigação de pelo menos um óbito, foram observadas associações estatisticamente significantes com maior porte populacional, maiores valores de Índice de Desenvolvimento Humano, existência de Comitê de Investigação e de leito obstétrico no município; não foram observadas associações com a cobertura da Estratégia Saúde da Família e existência de responsável técnico no município. Na análise ajustada, a investigação de pelo menos um óbito infantil esteve associada a porte populacional (OR = 4,02) e existência de leito obstétrico (OR = 2,68). O alcance da meta municipal mínima esteve associado apenas com a existência de leito obstétrico no município (OR = 1,76). CONCLUSÕES: O percentual de óbitos de menores de um ano investigados foi inferior ao pactuado na Bahia em 2008. Não houve associação entre a cobertura da Estratégia Saúde da Família e essa ação, o que sugere que a Vigilância de Óbitos Infantis é incipiente no Estado, principalmente quanto à sua descentralização para a atenção primária.

Publicado

2012-02-01

Edição

Seção

Artigos Originais

Como Citar

Santana, M., Aquino, R., & Medina, M. G. (2012). Efeito da Estratégia Saúde da Família na vigilância de óbitos infantis . Revista De Saúde Pública, 46(1), 59-67. https://doi.org/10.1590/S0034-89102011005000081