Turismo e unidades de conservação: análise teórico-conceitual e empírica do uso indireto em parques nacionais brasileiros
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1984-4867.v32i1p185-204Palavras-chave:
Turismo, Unidades de proteção integral, Uso indireto, Unidades de conservação, Parques nacionaisResumo
O Sistema Nacional de Unidades de Conservação define uso indireto como aquele que não envolve consumo, coleta, dano ou destruição dos recursos naturais. Neste contexto, a pesquisa problematiza, a partir da aplicabilidade teórica e empírica, se há realmente o uso indireto dos recursos naturais pela atividade turística e pelos moradores locais nos Parques Nacionais dos Lençóis Maranhenses, Jericoacoara e Chapada das Mesas. Nesse conjunto, a centralidade firma-se em analisar o conceito de uso indireto e sua aplicabilidade nos loci citados. Para tanto, utiliza teóricos considerados clássicos e que debatem sobre os recursos de uso comum, cotejando-os com autores contemporâneos. A metodologia consiste em pesquisa bibliográfica e documental, pesquisa de campo, observação direta e abordagem qualitativa. Assim, tomando-se por base os pressupostos teóricos e o empirismo, os resultados demonstram que o que se pratica nessas Unidades de Conservação é o uso direto dos recursos de uso comum tanto pela atividade turística quanto pelos moradores locais.
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