Desastres socioambientais, turismo e resiliência: reflexões sobre o vazamento de óleo na costa do Nordeste do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.1984-4867.v32i1p120-140Palavras-chave:
Turismo, Desastres socioambientais, Resiliência ambiental, Vazamento de óleo, NordesteResumo
O artigo tem como objetivo apresentar uma reflexão acerca dos impactos causados pelo vazamento de óleo ocorrido na costa do Nordeste do Brasil no que tange ao campo do turismo, propondo estratégias de resiliência para destinos turísticos mediante desastres socioambientais. A pesquisa tem caráter exploratório e descritivo, com abordagem qualitativa. Foram realizadas as pesquisas bibliográficas e em sites institucionais estaduais e do Governo Federal, bem como em portais on-line de notícias. Os estados do Pernambuco, Ceará e Bahia foram selecionados para compor o recorte espacial por concentrarem o maior fluxo de turistas nacionais e internacionais no ano de 2019, de acordo com o Mapa do Turismo Brasileiro. O vazamento de petróleo afetou, até fevereiro de 2020, nove estados na região Nordeste. Diante da gravidade do desastre, governos estaduais, municipais e federal, com o auxílio de voluntários locais, realizaram ações para em prol do combate às manchas de óleo. Assim, foram indicados elementos associados à lógica do turismo que podem ser impactados diretamente pelos efeitos de desastres socioambientais, como: imagem, competitividade, planejamento e sustentabilidade e, por fim, são propostas estratégias, a partir da perspectiva da resiliência, para a gestão proativa de destinos turísticos que sofreram desastres socioambientais.
Downloads
Referências
Agências de Notícias Salvador. (2019). Secult apresenta ações de promoção de Salvador após a chegada de manchas de óleo. Salvador, Bahia, Recuperado em 13 de novembro, 2020, de http://www.agenciadenoticias.salvador.ba.gov.br/index.php/en/releases/cultura/12149-secult-apresenta-acoes-de-promocao-de-salvador-apos-a-chegada-de-manchas-de-oleo.
Ahmed, Z. U. (1991). The influence of the components of a state’s tourist image on product positioning strategy. Tourism Management. 12 (4), 331-340.
Alves, P. (2019). Turistas precisam saber que 'não é sempre que tem isso', diz secretário sobre manchas de óleo em praias do Nordeste. G1 PE, Pernambuco, 27 de setembro, Recuperado em 3 de agosto, 2020, de https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2019/09/27/turistas-precisam-saber-que nao-e-sempre-que-tem-isso-diz-secretario-sobre-manchas-de-oleo-em-praias-do-nordeste.ghtml.
Araújo, M. E; Ramalho, C. W. N.; Melo, P. W (2020). Pescadores artesanais, consumidores e meio ambiente: consequências imediatas do vazamento de petróleo no Estado de Pernambuco, Nordeste do Brasil. Caderno de Saúde Pública 36(1), 1-6. Recuperado em 9 de agosto, 2020, de https://www.scielo.br/pdf/csp/v36n1/pt_1678-4464-csp-36-01-e00230319.
Balim, A. P. C; Mota, L. R; Silva, M. B. O (2014). Complexidade ambiental: O repensar da relação Homem-natureza e seus desafios na sociedade contemporânea. Veredas do Direito. 11(21), 163-186. Recuperado em 9 de agosto, 2020, de https://heinonline.org/HOL/LandingPage?handle=hein.journals/rveredire11&div=10&id=&page=.
Beni, M.C. (2020). Turismo e Covid-19: algumas reflexões. Rosa dos Ventos Turismo e Hospitalidade. 12 (3), 1-23. Recuperado em 21 de agosto, 2020, de http://www.ucs.br/etc/revistas/index.php/rosadosventos/article/view/8929.
Brasil (2019). Machas no litoral. Recuperado de 20 de agosto, 2020, de https://www.brasil.gov.br/manchanolitoral/.
Brasil. Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Centro de Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN). Plano Diretor 2019-2022. Recuperado de 29 de março, 2021, de http://www.cemaden.gov.br/wp-content/uploads/2019/06/Plano_Diretor_CEMADEN_2019-2022.pdf.
Boff, L (2012). Sustentabilidade: o que é – o que não é. Petrópolis: Vozes, BRASIL.
Bruno, A (2019). Prezados integrantes do Grupo de Trabalho de Combate às Manchas de Óleo no Litoral Cearense e representantes das administrações municipais. Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Ceará, Ceará, Recuperado em 3 de agosto, 2020, de https://www.sema.ce.gov.br/2019/12/03/manchas-de-oleo-no-ceara.
Câmara notícias. (2019). Danos ambientais do desastre em Brumadinho são detalhados em comissão. Recuperado em 22 julho, 2020, de https://www.camara.leg.br/noticias/552767-danos-ambientais-do-desastre-em-brumadinho-sao-detalhados-em-comissao/>.
Costa, S. P.; Sonaglio, K. E. (2020). Análisis del comportamiento resiliente de los gestores de turismo. Estudios y Perspectivas en Turismo - 30° Aniversario. 29 (20) 331-348, Recuperado em 25 de julho, 2020, de https://www.estudiosenturismo.com.ar/PDF/V29/N02/v29n2a01.pdf.
Cred. (2019). Natural Disasters 2019 Brussels: CRED 2020. Recuperado em 28 de agosto, 2020, de https://www.emdat.be/publications.
Datasebrae. (2020). DataSebrae indicadores. Recuperado 4 julho, 2020, de https://datasebraeindicadores.sebrae.com.br/resources/sites/data-sebrae/data-sebrae.html#> Acesso em 27 de agosto de 2020.
Disner, G. R.; Torres, M. (2020) The environmental impacts of 2019 oil spill on the Brazilian coast: Overview. Revista Brasileira de Gestão Ambiental e Sustentabilidade 7(15), 241-255. Recuperado em 23 julho, 2020, de http://revista.ecogestaobrasil.net/v7n15/v07n15a18.pdf.
Fabry, N, Zeghni, S (2019). Resilience, touristdestinationsandgovernance: ananalytical framework. Cholat F., Gwiazdzinski L., Tritz C., Tuppen J. Tourismes et adaptations, ElyaEditions, 96-108.
Faria, H. H. De; Pires, A. S (2007). Atualidades em Gestão de Unidades de Conservação. In Unidades de Conservação: Gestão e Conflitos. Org. Dora Orth e EmilianaDebetir. Editora Insular. Florianópolis, SC, 11-41.
Fonseca, D. (2019). Óleo em praias causa cancelamento de reservas em hotéis de PE, diz associação. G1 PE, Pernambuco, Recuperado 26 de julho, 2020, de https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2019/10/26/oleo-em-praias-causa-cancelamento-de-reservas-em-hoteis-de-pernambuco-diz-associacao-de-turismo.ghtml.
G1 BA (2019). Lista locais atingidos pelas manchas de óleo na Bahia. Bahia, 04 de nov. Recuperado em 3 de agosto, 2020, de https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2019/11/04/g1-lista-locais-atingidos-pelas-manchas-de-oleo-na-bahia.ghtml.
G1 CE (2019). Manchas de óleo já atingiram 21 praias do Ceará. Ceará, 24 de out Recuperado em 15 de agosto, de https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/2019/10/24/manchas-de-oleo-ja-atingiram-21-praias-do-ceara.ghtml
G1 CE (2019). Manchas de óleo reduzem em 40% faturamento do comércio da Praia do Futuro, em Fortaleza. Ceará, 24 de out. Recuperado de 13 de agosto de https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/2019/10/09/manchas-de-oleo-reduzem-em-40percent-faturamento-do-comercio-da-praia-do-futuro-em-fortaleza.ghtml.
G1 Natureza (2019). Lista de praias atingidas pelas manchas de óleo no litoral. São Paulo, 8 de out. Recuperado em 4 de agosto, 2020, de https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/10/08/lista-de-praias-atingidas-pelas-manchas-de-oleo-no-nordeste.ghtml.
Jucá, B; Rossi, M (2020). Turismo sente reflexos do óleo no Nordeste, mas impacto é menor que o esperado. El País, 13 de jan. Recuperado em 22 de março, 2021, de https://brasil.elpais.com/brasil/2020-01-13/turismo-sente-reflexos-do-oleo-no-nordeste-mas-impacto-e-menor-que-o-esperado.html.
Imazon. (2019). Boletim do desmatamento da Amazônia Legal janeiro 2019 SAD. Recuperado em 3 de agosto, 2020, de <https://imazon.org.br/publicacoes/boletim-do-desmatamento-da-amazonia-legal-janeiro-2019-sad.
Istoé. (2019). Turismo entra em alerta com vazamento de óleo em praias do Nordeste. 26 de set. Recuperado em 4 de agosto, 2020, de https://www.istoedinheiro.com.br/turismo-entra-em-alerta-com-vazamento-de-oleo-em-praias-do-nordeste.
Marinho, A. C. (2019). Desastre provocado por manchas de óleo em praias do Nordeste é tema de encontro em Noronha. G1 PE, Pernambuco, 23 de out. Recuperado em 23 de julho, 2020, https://g1.globo.com/pe/pernambuco/blog/viver-noronha/post/2019/10/23/desastre-provocado-por-manchas-de-oleo-em-praias-do-nordeste-e-tema-de-encontro-em-noronha.ghtml.
Mateos R. M.; Mendoza, F. A. G. (2019). Planificación estratégica y gobernanza en la recuperación de destinos turísticos afectados por desastres socio-naturales. Un estado de la cuestión. Investigaciones Geográficas, (72), 235-254. Recuperado em 3 de agosto, 2020, de http://rua.ua.es/dspace/handle/10045/99991.
Meireles, M (2019). Com previsão de chegada de mais óleo ao litoral, PE anuncia edital de R$ 2,5 milhões para analisar impactos. G1 PE, Pernambuco, 23 de out. Recuperado em 28 de julho, 2020, de https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2019/10/23/com-previsao-de-chegada-de-mais-oleo-ao-litoral-pe-anuncia-edital-de-r-25-milhoes-para-estudar-prejuizos.ghtml>.
Meireles, M (2019). Manchas de óleo: três municípios pernambucanos retiram mais de 760 litros de resíduo de praias. G1 PE, Pernambuco, 09 de out. Recuperado em 28 de julho, 2020, https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2019/10/09/manchas-de-oleo-tres-municipios-pernambucanos-retiram-mais-de-760-litros-de-residuo-das-praias.ghtml>.
Muñiz, D. R. T; La Torre, J. A (2013). Vulnerabilidad del turismo y comunicación institucional ante desastres. Redmarka: Revista académica de marketing aplicado, 2 (11), 137-161. Recuperado 2 de agosto, 2020, de https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=4616885.
Nascimento, A (2020). Pernambuco tem 21 áreas com vestígios de óleo nas praias. Diário PernambucoCorreio Braziliense, Pernambuco, 03 jan. Recuperado em 28 de julho, 2020, de https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2020/01/03/internabrasil,818084/pernambuco-tem-21-areas-com-vestigios-de-oleo-nas praias.shtml#:~:text=%C3%B3leo%20que%20atingiu%20a%20praia,sentir%20o%20odor%20de%20petr%C3%B3leo.
Ritchie, J. R. B., & Crouch, G.I. (2010). A Model of Destination Competitiveness/ Sustainability: Brazilian perspectives. Revista de Administração Pública, 44(5), 1049-66.
Rocha, M. M.; Mattedi, A. M. (2016). A questão dos desastres em destinações turísticas: o caso da destinação Costa Verde e Mar em Santa Catarina. Turismo & Sociedade, Curitiba, v. 9, n. 2, p. 1-23.
Ruschmann, D (2001). Turismo e Planejamento Sustentável. 8ª ed. São Paulo: Papirus.
Santos, D. (2019). O que se sabe até agora sobre o derramamento de óleo no Nordeste. WWF Brasil, 12 de nov. Recuperado em 28 de julho, 2020, de https://www.wwf.org.br/informacoes/noticias_meio_ambiente_e_natureza/?73944/O-que-se-sabe-ate-agora-sobre-o-derramamento-de-oleo-no-Nordeste.
Secretaria de Meio Ambiente Bahia (2019). Manchas de óleo na Bahia: Comando Unificado de Incidentes é criado. Recuperado 1 de agosto, 2020 de http://www.meioambiente.ba.gov.br/2019/10/11870/Manchas-de-oleo-na-Bahia-Comando-Unificado-de-Incidentes-e-criado.html.
Sema CE (2019). Manchas de óleo no Ceará – Informativos, 3 de dez. Recuperado em 24 de março, 2019, de https://www.sema.ce.gov.br/2019/12/03/manchas-de-oleo-no-ceara/.
Sonaglio, K. E (2018). Aproximações entre o turismo e a resiliência: um caminho para sustentabilidade. Revista Turismo - Visão e Ação – Eletrônica. 20(1), 80-104. Recuperado em 28 de agosto, 2020, de https://siaiap32.univali.br/seer/index.php/rtva/article/view/12158.
Tasci, A. D. A.; Gartner, W. C (2007). Destination Image and its Functional Relationships. Journal of Travel Research. 45(4), 413-425.
United Nations International Strategy for Disaster Reduction - Unisdr (2019). Global Assessment Report on Disaster Risk Reduction. Geneva, Switzerland, United Nations Office for Disaster Risk Reduction (UNDRR). Recuperado em 8 de agosto, 2020, de https://www.undrr.org/.
United Nations International Strategy for Disaster Reduction - Unisdr (2015). Marco de Sendai para a Redução do Risco de Desastres 2015 – 2030. Recuperado em 8 de agosto, 2020, de http://nacoesunidas.org/conferencia-de-sendai-adota-novo-marco-para-reduzir-riscos-de-desastres-naturais-no-mundo.
Unisdr, United Nations International Strategy for Disaster Reduction. Terminology for
Disaster Risk Reduction. Geneva, Switzerland, 2017. Recuperado em 20 de março, 2020, de https://www.preventionweb.net/terminology.
Unisdr, Nations International Strategy for Disaster Reduction - Unisdr. (2012). “Como construir cidades mais resilientes: um guia para gestores públicos locais”. Genebra: Nações Unidas. Recuperado 10 julho, 2020 de http://www.unisdr.org/files/26462_guiagestorespublicosweb.pdf.
Vasconcelos, F. P.; Coriolano, L. N. (2008). Impactos Sócio-Ambientais no Litoral: Um Foco no Turismo e na Gestão Integrada da Zona Costeira no Estado do Ceará/Brasil. Revista da Gestão Costeira Integrada, n.8, v.2, 259-275.
Zucco, F. D.; Magalhães, M. dos R. A. (2011). Gestão de Riscos e Desastres naturais no Turismo: um estudo do município de Blumenau/SC. Turismo em Análise, Balneário Camboriú, v. 21, n. 3, p. 594- 620.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Itamara Lúcia da Fonseca, Wagner Araújo Oliveira
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 International License.
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International (CC BY-NC-SA 4.0), permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da sua autoria e publicação inicial na RTA.
1. Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International que só permite uso não comercial e compartilhamento pela mesma licença, com sujeição do texto às normas de padronização adotada pela RTA.
2. A Revista pode solicitar transferência de direitos autorais, permitindo uso do trabalho para fins não-comerciais, incluindo o direito de enviar o trabalho a bases de dados de acesso livre ou pagos, sem a obrigação de repasse dos valores cobrados dos usuários aos autores.
3. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
4. A revista Turismo em Análise não cobra nada de seus autores para submissão ou publicação.