Desenhando e apagando América nas textualidades da antropofagia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/va.i1.198979

Palavras-chave:

antropofagia, alegoria da América, mulher nua

Resumo

Este artigo parte do momento em que, a través de navegações europeias, se fixaram textual e visualmente as fronteiras imaginárias e reais do que seria considerado Brasil, para identificar como uma imagem específica — a mulher nua — se tornou índice do povo brasileiro. Retomo o ritual antropofágico como textualidade estruturadora desta configuração inicial, apontando que a ênfases dada a esta expressão cultural aparecerá na iconografia desde o século XVI e o conteúdo destas narrativas visuais fixará uma imagem em especial: A antropofagia como valor diferenciador dos brasileiros.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Maria Cândida Ferreira de Almeida, Universidad de los Andes
    Doutora em Estudos Literários da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).    

Referências

ABBEVILLE, Claude História da missão dos padres capuchinhos na ilha do Maranhão. Trad. de Sérgio Milliet. Belo Horizonte: Itatiaia, 1975.

BELLUZZO, Ana. Maria. O Brasil dos viajantes. São Paulo: Metalivros, 1994. 3 v.

COSTA, Sérgio Correa da. As quatro coroas de d. Pedro I. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995.

FERREIRA, Cândida. América: de línea de frontera a líneas de figura, de poesía, de memoria. Confluenze, Bologna, 2009.

FERREIRA de Almeida, Maria. Tornar-se outro: o topos canibal na literatura brasileira. São Paulo: Annablume, 2002.

GÂNDAVO, Pero. M. Tratado da Terra do Brasil: história da província de Santa Cruz. Belo Horizonte: Itatiaia, 1980.

HARDT, Michel.; NEGRI, Antonio. Império. Rio de Janeiro: Record, 2001.

JECUPÉ, K.W. A terra dos mil povos: história indígena do Brasil contada por um índio. São Paulo: Peirópolis, 1998.

LÉRY, Jean de. Viagem à terra do Brasil. Trad. de Sérgio Milliet. Belo Horizonte: Itatiaia, 1980.

MACHADO DE ASSIS, Joaquim Maria Obras Completas. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973. v. 1-3.

RIPA, Cesare. Iconología. Madrid: Akal, 1993. v. 2.

RODRIGUES, Ana. Maria. Samba negro: espoliação branca. São Paulo: Hucitec, 1984.

SAID, Edward W. Orientalismo. Barcelona: DeBolsillo, 2007.

SERNA ARNAIZ, Mercedes. Modos y modas. Primeros retratos occidentales de los reinos de China y de los indios de América. In: Transocéanos: viajes culturales en los mundos conocidos (siglos XVI-XVIII). Barcelona: Bellaterra, 2019.

STADEN, Hans Duas viagens ao Brasil. Trad. de Guiomar de Carvalho Franco. Belo Horizonte: Itatiaia, 1988.

THEVET, Andre. As singularidades da França Antártica. Trad. de Eugênio Amado. Belo Horizonte: Itatiaia, 1978.

VESPUCIO, Américo. Mundus novus. Bogotá: Biblioteca Nacional, 1942.

VILLAS BOAS, Orlando. Y.; VILLAS BOAS, Claudio. Xingú: los indios, sus mitos. Quito: Aby Ayala, 1991.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Metafísicas caníbales: líneas de Antropología postestructural. Trad. de Stella Mastrangelo. Madrid: Katz, 2010.

Downloads

Publicado

2024-04-30

Edição

Seção

Dossiê 44: Colonialismo/orientalismo: figuras e figurações do Império em narrati

Como Citar

ALMEIDA, Maria Cândida Ferreira de. Desenhando e apagando América nas textualidades da antropofagia. Via Atlântica, São Paulo, v. 25, n. 1, p. 736–765, 2024. DOI: 10.11606/va.i1.198979. Disponível em: https://periodicos.usp.br/viaatlantica/article/view/198979.. Acesso em: 21 nov. 2024.