Padrões neurofisiológicos da resposta tardia ao tratamento clínico e cirúrgico da neuropatia ulnar na hanseníase
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2317-0190.v27i3a166868Palavras-chave:
Neuropatias Ulnares, Hanseníase, Condução NervosaResumo
A neuropatia de hanseníase pode desenvolver quadros inflamatórios subagudos e crônicos denominados reações, os quais podem evoluir para compressões nos túneis anatômicos. Objetivo: Descrever os achados de condução nervosa (CN) tardios em pacientes com neuropatia ulnar no cotovelo submetidos aos tratamentos clínico e cirúrgico. Método: Vinte e sete nervos de 21 pacientes foram selecionados em uma coorte retrospectiva não-concorrente por um a três anos, sendo formados dois grupos. Após o tratamento clínico sem sinais inequívocos de melhora os nervos foram randomizados para manter o tratamento clinico (Grupo A1) ou adicionar a descompressão do nervo (Grupo A2). Resultados: Os autores observaram melhora significativa nas seguintes variáveis no Grupo A2, tratado com a adição da descompressão cirúrgica, amplitude do potencial de ação motor composto (PAMC) no cotovelo e acima do cotovelo e velocidade de condução (VC) ao longo do antebraço. Conclusão: O ganho em amplitudes dos PAMCs no cotovelo e acima do cotovelo e da velocidade de condução (VC) ao longo do antebraço são a expressão do efeito tardio da descompressão do nervo ulnar. A persistência de dispersão temporal (DT) através do cotovelo foi relacionada a nova reação ou solução cirúrgica incompleta. Entretanto, a persistência de redução moderada da VC através do cotovelo sem a DT foi discutida e considerada como remielinização parcial esperada. A graduação previa da lesão do nervo baseada na amplitude dos PAMCs apresentou relação direta aos resultados menos favoráveis.
Downloads
Referências
Garbino JA, Marques Jr W . A neuropatia da hanseníase. In: Alves ED, Ferreira TL, Ferreira IN (Org.). Hanseníase: avanços e desafios. Brasília: Editora UnB; 2014. p. 215-29.
Garbino JA, Virmond MCL, Ura S, Salgado MH, Naafs B. A randomized clinical trial of oral steroids for ulnar neuropathy in type1 and type 2 leprosy reactions. Arq. Neuropsiquiatr. 2008;66(4):861-7. Doi: https://doi.org/10.1590/S0004-282X2008000600016
Garbino JA, Heise CO, Marques Jr W. Assessing nerves in leprosy. Clin Dermatol. 2016;34(1):51-8. Doi: https://doi.org/10.1016/j.clindermatol.2015.10.018
Preston DC, Shapiro BE. Basic nerve conduction studies. In: Preston DC, Shapiro BE. Electromyography and neuromuscular disorders: clinical-electrophysiologic-ultrasound correlations. 4th ed. Philadelphia: Elsevier; 2020. p. 23-40.
Tankisi H, Pugdahl K, Fuglsang-Frederiksen A, Johnsen B, Carvalho M, Fawcett PR, et al. Pathophysiology inferred from electrodiagnostic nerve tests and classification of polyneuropathies. Suggested guidelines. Clin Neurophysiol. 2005;116(7):1571-80. Doi: https://doi.org/10.1016/j.clinph.2005.04.003
Garbino JA, Naafs B, Ura S, Salgado MH, Virmond M. Neurophysiological patterns of ulnar nerve neuropathy in leprosy reactions. Lepr Rev. 2010;81(3):206-15.
Uchida Y, Sugioka Y. Electrodiagnosis of Martin-Gruber connection and its clinical importance in peripheral nerve surgery. J Hand Surg Am. 1992;17(1):54-9. Doi: https://doi.org/10.1016/0363-5023(92)90113-4
Almeida JA, Vitti M, Garbino JA. Estudo anatômico da anastomose de Martin-Gruber. Hansen Int. 1999;24(1):15-20.
Kimura J. Fatos e falácias nos estudos de neurocondução. In: Kimura J. Eletrodiagnóstico em doenças de nervos e músculos: princípios e aspectos práticos. 4 ed. Rio de Janeiro: DiLivros; 2015. p. 211-41.
Duerksen F. Tratamento cirúrgico da neurite hansênica. In: Duerksen F, Virmond M. Cirurgia reparadora e reabilitação em hanseníase. Bauru: Instituto Lauro de Souza Lima; 1997. p. 107-18.
Srinivasan H, Palande DD. Essential surgery in Leprosy – techniques for district hospitals. Geneve: WHO; 1997.
Huang JH, Samadani U, Zager EL. Ulnar nerve entrapment neuropathy at the elbow: simple decompression. Neurosurgery. 2004;55(5):1150-3. Doi: https://doi.org/10.1227/01.neu.0000140841.28007.f2
Barreto J A, Carvalho CV, Cury Filho M, Garbino JA, Nogueira MES, Soares CT. Hanseníase multibacilar com baciloscopia dos esfregaços negativa: a importância de se avaliar todos os critérios antes de defi nir a forma clínica. Hansen Int. 2007;32(1): 75-9.
Dellon AL. Multiple Crush Concept Applied to Multiple Nerves in Leprous Neuropathy. Clin Podiatr Med Surg. 2016;33(2):203-17. Doi: https://doi.org/10.1016/j.cpm.2015.12.009
Andrade PR, Jardim MR, Silva AC, Manhaes PS, Antunes SL, Vital R, et al. Inflammatory Cytokines Are Involved in Focal Demyelination in Leprosy Neuritis. J Neuropathol Exp Neurol. 2016;75(3):272-83. Doi: https://doi.org/10.1093/jnen/nlv027
Mietto BS, Andrade PR, Jardim MR, Antunes SL, Sarno EN. Demyelination in Peripheral Nerves: Much to Learn from Leprosy Neuropathy. J Mult Scler. 2016;3(2):174. Doi: https://doi.org/10.4172/2376-0389.1000174
Jessen KR, Mirsky R. The repair Schwann cell and its function in regenerating nerves. J Physiol. 2016;594(13):3521-31. Doi: https://doi.org/10.1113/JP270874
Burns PB, Kim HM, Gaston RG, Haase SC, Hammert WC, Lawton JN, et al. Predictors of functional outcomes after simple decompression for ulnar neuropathy at the elbow: a multicenter study by the SUN study group. Arch Phys Med Rehabil. 2014;95(4):680-5. Doi: https://doi.org/10.1016/j.apmr.2013.10.028
Antunes SL, Chimelli L, Jardim MR, Vital RT, Nery JA, Corte-Real S, et al. Histopathological examination of nerve samples from pure neural leprosy patients: obtaining maximum information to improve diagnostic efficiency. Mem Inst Oswaldo Cruz. 2012;107(2):246-53. Doi: https://doi.org/10.1590/s0074-02762012000200015
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Acta Fisiátrica

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.