Análise do perfil epidemiológico dos pacientes com paralisia cerebral em um centro de reabilitação

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2317-0190.v31i4a223573

Palavras-chave:

Paralisia Cerebral, Epidemiologia, Centros de Reabilitação

Resumo

Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico dos pacientes com paralisia cerebral atendidos no Instituto de Medicina Física e Reabilitação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo no período entre janeiro de 2020 a junho de 2023, delimitando as principais causas e complicações associadas. Método: Estudo clínico quantitativo observacional retrospectivo com levantamento de prontuário, verificando-se fatores como idade, gênero, etiologia, padrão motor, tônus, GMFCS, complicações, tecnologias assistivas. Resultados: A amostra do estudo foi composta por 74 pacientes observando-se predomínio da faixa etária entre 3 a 5 anos (52,2%) e gênero masculino (54,7%). Quanto à classificação, observamos maior prevalência do padrão motor da tetraparesia (57,4%), tônus espástico (94%) e predomínio da classificação funcional GMFCS nível V (40,6%). Em relação à etiologia, percebemos que a principal foi asfixia ao nascer (anóxia neonatal) (41,3%), seguido por prematuridade (26,7%) e malformações congênitas (10,7%). As principais complicações relacionadas à paralisia cerebral observadas foram deficiência visual (47%), crises convulsivas (26,8%) e subluxação de quadril (22,9%). Em relação às tecnologias assistivas, as principais prescritas foram: órtese suropodálica (prescrito para 72,9% dos pacientes), cadeira de rodas (58,1%) e cadeira de banho (44,6%). Conclusão: O Brasil carece de dados sobre o perfil epidemiológico das crianças com paralisia cerebral. Dessa forma, o objetivo do estudo foi descrever o perfil epidemiológico destes pacientes nosso centro de reabilitação, a fim de contribuir para melhor elucidação dessa população para tomada de decisões mais assertivas na assistência e na reabilitação.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Sadowska M, Sarecka-Hujar B, Kopyta I. Cerebral palsy: current opinions on definition, epidemiology, risk factors, classification and treatment options. Neuropsychiatr Dis Treat. 2020;16:1505-1518. Doi: https://doi.org/10.2147/NDT.S235165

Goldsmith S, McIntyre S, Blair E, Smithers-Sheedy H, Badawi N, Hansen M. Cerebral palsy: epidemiology. In: Eisenstat DD, Goldowitz D, Oberlander TF, Yager JY. Neurodevelopmental pediatrics. Cham: Springer; 2023. p. 479-95. Doi: https://doi.org/10.1007/978-3-031-20792-1_31

Data and Statistics for Cerebral Palsy [text on the Internet]. Washington: Centers for Disease Control and Prevention; c2022 [cited 2022 May 2]. Available from: https://archive.cdc.gov/www_cdc_gov/ncbddd/cp/data.html

McIntyre S, Taitz D, Keogh J, Goldsmith S, Badawi N, Blair E. A systematic review of risk factors for cerebral palsy in children born at term in developed countries. Dev Med Child Neurol. 2013;55(6):499-508. Doi: https://doi.org/10.1111/dmcn.12017

Risk Factors for Cerebral Palsy [text on the Internet]. Washington: Centers for Disease Control and Prevention; 2024 [cited 2024 May 14]. Available from: https://www.cdc.gov/cerebral-palsy/risk-factors/index.html

Christine C, Dolk H, Platt MJ, Colver A, Prasauskiene A, Krägeloh-Mann I, et al. Recommendations from the SCPE collaborative group for defining and classifying cerebral palsy. Dev Med Child Neurol Suppl. 2007;109:35-8. Doi: https://doi.org/10.1111/j.1469-8749.2007.tb12626.x

Ogoke CC. Clinical Classification of Cerebral Palsy. Cerebral Palsy - Clinical and Therapeutic Aspects. IntechOpen. 2018. Doi: https://doi.org/10.5772/intechopen.79246

Vitrikas K, Dalton H, Breish D. Cerebral palsy: an overview. Am Fam Physician. 2020;101(4):213-220.

Novak I, Morgan C, Adde L, Blackman J, Boyd RN, Brunstrom-Hernandez J, et al. Early, accurate diagnosis and early intervention in cerebral palsy: advances in diagnosis and treatment. JAMA Pediatr. 2017;171(9):897-907. Doi: https://doi.org/10.1001/jamapediatrics.2017.1689

Cristinziano M, Assenza C, Antenore C, Pellicciari L, Foti C, Morelli D. Telerehabilitation during COVID-19 lockdown and gross motor function in cerebral palsy: an observational study. Eur J Phys Rehabil Med. 2022;58(4):592-597. Doi: https://doi.org/10.23736/S1973-9087.21.07132-X

Fandim JV, Saragiotto BT, Porfírio GJM, Santana RF. Effectiveness of virtual reality in children and young adults with cerebral palsy: a systematic review of randomized controlled trial. Braz J Phys Ther. 2021;25(4):369-386. Doi: https://doi.org/10.1016/j.bjpt.2020.11.003

Dimakopoulos R, Vakalaki T, Spinou A, Michopoulos I, Papadopoulou Μ. Effectiveness of therapeutic interventions on participation in children with cerebral palsy: A systematic review and meta-analysis. Child Care Health Dev. 2024;50(4):e13301. Doi: https://doi.org/10.1111/cch.13301

Oskoui M, Coutinho F, Dykeman J, Jetté N, Pringsheim T. An update on the prevalence of cerebral palsy: a systematic review and meta-analysis. Dev Med Child Neurol. 2013;55(6):509-19. Doi: https://doi.org/10.1111/dmcn.12080

Santos RA, Silva VR, Santos JP, Siqueira AN. Perfil epidemiológico e assistência à saúde de crianças e adolescentes com paralisia cerebral em um município do ES. Resid Pediatr. 2019;9(3):252-260 Doi: https://doi.org/10.25060/residpediatr-2019.v9n3-10

Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento. Rev Bras Saude Mater Infant. 2002;2(1):69-71. Doi: https://doi.org/10.1590/S1519-38292002000100011

Viellas EF, Domingues RMSM, Dias MAB, Gama SGN, Theme Filha MM, Costa JV, et al. Assistência pré-natal no Brasil. Cad Saúde Pública. 2014;30:S85-100. Doi: https://doi.org/10.1590/0102-311X00126013

Leal MC, Esteves-Pereira AP, Viellas EF, Domingues RMSM, Gama SGN. Assistência pré-natal na rede pública do Brasil. Rev Saúde Pública. 2020;54:8. Doi: https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2020054001458

Peixoto MVS, Duque AM, Carvalho S, Gonçalves TP, Novais APS, Nunes MAP. Características epidemiológicas da paralisia cerebral em crianças e adolescentes em uma capital do nordeste brasileiro. Fisioter Pesqui. 2020;27(4):405-12. Doi: https://doi.org/10.1590/1809-2950/20012527042020

Toledo CAW, Pereira CHCN, Vinhaes MM, Lopes MIR, Nogueira MARJ. Perfil epidemiológico de crianças diagnosticadas com paralisia cerebral atendidas no Centro de Reabilitação Lucy Montoro de São José dos Campos. Acta Fisiátr. 2015;22(3):118-22. Doi: https://doi.org/10.5935/0104-7795.20150023

Al-Jabri BA, Al-Amri AS, Jawhari AA, Sait RM, Talb RY. Prevalence,types, and outcomes of cerebral palsy at a tertiary center in Jeddah, Saudi Arabia. Cureus. 2022;14(8):e27716. Doi: https://doi.org/10.7759/cureus.27716

Delobel-Ayoub M, Ehlinger V, Klapouszczak D, Duffaut C, Arnaud C, Sentenac M. Prevalence and characteristics of children with cerebral palsy according to socioeconomic status of areas of residence in a French department. PLoS One. 2022;17(5):e0268108. Doi: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0268108

Downloads

Publicado

2024-12-27

Edição

Seção

Artigo Original

Como Citar

1.
Kim AHJ, Suzuki VCMS, Carvalho MCL de, Sugawara AT. Análise do perfil epidemiológico dos pacientes com paralisia cerebral em um centro de reabilitação. Acta Fisiátr. [Internet]. 27º de dezembro de 2024 [citado 9º de março de 2025];31(4):235-40. Disponível em: https://periodicos.usp.br/actafisiatrica/article/view/223573