O surrealismo através do espelho: reflexão e aranhografia em Mário Cesariny e Maria Helena Vieira da Silva
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2175-3180.v16i32p52-69Palabras clave:
Mário Cesariny, Vieira da Silva, Surrealismo, Imagem, Crítica , Pintura e escritaResumen
A partir da leitura cerrada de “A Grafiaranha Maior” e “O navio de espelhos”, este artigo pensa o conceito de crítica desenvolvido por Mário Cesariny. O diálogo que o autor estabelece com a pintura de Maria Helena Vieira da Silva se integra a um movimento de reflexão contínua sobre o fazer artístico e sobre a criação poética. Para Mário Cesariny, o surrealismo se concebe como um ato de pesquisa, o que implica tanto uma navegação por um mar interior – uma investigação do inconsciente – quanto um jogo especular que se dá pelo contato com a obra de outros artistas. Os metapoemas lidos aqui nos levam a uma discussão sobre as possibilidades epistemológicas abertas pelo movimento surrealista, sobre a impureza da linguagem e sobre a relação entre pintura e escrita.
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