A poesia é a rua: o graffiti como modelo poético e político para E. M. de Melo e Castro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2175-3180.v16i32p214-226

Palavras-chave:

E. M. de Melo e Castro, Graffiti, Poesia experimental

Resumo

Em seu artigo “Pode-se escrever com isto”, Ernesto de Melo e Castro apresenta e analisa dezenas de graffiti compostos entre 1974 e 1975, que refletem o momento político de Portugal, nos fins do Estado Novo. Melo e Castro compreende tal “explosão de visualismo” como uma forma de vanguarda artística em desenvolvimento. Embora geralmente produzidos por militantes de partidos políticos, Melo e Castro propõe uma leitura semiológica dos signos verbais e visuais, vislumbrando formas alternativas de poética e de política no graffiti. Desse modo, em diálogo com perspectivas dos estudos de graffiti, este artigo propõe delinear as maneiras como o graffiti se apresenta como modelo vanguardista de poética e política para Melo e Castro.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Augustto Corrêa Cipriani, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

    Doutor em Estudos Literários (Teoria da Literatura e Literatura Comparada), Mestrado em Estudos Literários e Graduação em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais. Professor substituto na Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Referências

BAUDRILLARD, Jean. “Kool Killer ou a insurreição pelos signos”. In: A troca simbólica e a morte. Trad. Maria Stela Gonçalves e Adail Ubirajara Sobral. São Paulo: Edições Loyola, 1996. p. 99-107.

BESANÇON, Julien. Journal mural mai 68: Sorbonne Odéon Nanterre etc. Paris: Tchou, 1968.

BRASSAÏ. “Du mur des cavernes au mur d'usine”. Minotaure, Paris, n. 3-4, décembre 1933. Disponível em: https://membrane.tumblr.com/post/258400964/brassa%C3%AF-du-mur-des-cavernes-au-mur-dusine. Acesso em: 12 jan. 2020.

CASTELO BRANCO, Edwar de Alencar. “PO-EX: a poética como acontecimento sob a noite que o fascismo salazarista impôs a Portugal”. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 34, n. 67, p. 131-155, 2014. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0102-01882014000100007. Acesso em: 21 fev. 2023.

CASTRO, E. M. de Melo e. Antologia efémera: poemas 1950-2000. Rio de Janeiro: Lacerda Ed., 2000.

CASTRO, E. M. de Melo e. As vanguardas na poesia portuguesa do século vinte. 2. ed. Lisboa: Instituto de Cultura e Língua Portuguesa do Ministério da Educação, 1987.

CASTRO, E. M. de Melo e. “Pode-se escrever com isto”. Colóquio Artes, Lisboa, n. 32, p. 48-61, 1977. Disponível em: https://po-ex.net/taxonomia/transtextualidades/metatextualidades-alografas/e-m-de-melo-e-castro-pode-se-escrever-com-isto/. Acesso em: 20 fev. 2023.

MADEIRA, Cláudia. “E. M. de Melo e Castro: ‘O laboratório artístico saltou para a rua em 1974!’”. Cadernos de Arte Pública (CAP), Lisboa, v. 1, n. 1, p. 8-11, 2019. Disponível em: https://sauc.website/index.php/CAP/article/view/106/111. Acesso em: 20 fev. 2023.

MAU, August. Pompeii its life and art. Trad.: Francis W. Kelsey. London: Macmillan, 1899.

MCDONOUGH, Tom. “Foreword”. In: BESANÇON, Julien (ed.). The walls have the floor. Cambridge, MA: MIT Press, 2018. p. vii-xvii.

PETRUCCI, Armando. “Potere, spazi urbani, scritture esposte: proposte ed esempi”. Publications de l'École française de Rome, Culture et idéologie dans la genèse de l'État moderne: Actes de la table ronde de Rome, Rome, v. 82, p. 85-97, out. 1985. Disponível em: https://www.persee.fr/doc/efr_0000-0000_1984_act_82_1_2807. Acesso em: 19 fev. 2023.

RANCIÈRE, Jacques. “The politics of literature”. Substance, Madison, v. 33, n.1, p. 10-24, 2004. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/3685460. Acesso em: 10 fev. 2023.

WILK, Anna. “O espaço urbano como tela. O graffiti na formação da identidade portuguesa”. In: DÍAZ-SZMIDT, Renata (org.). Identidades revisitadas, identidades reinventadas: transformações dos espaços sociais, políticos e culturais nos países de língua oficial portuguesa. Muzeum Historii Polskiego Ruchu Ludowego, Instytut Studiów Iberyjskich i Iberoamerykańskich UW: Varsóvia, 2019. p. 105-119. Disponível em: https://mhprl.pl/wp-content/uploads/2019/10/Identidades.pdf. Acesso em: 18 fev. 2023.

Downloads

Publicado

2024-12-26

Como Citar

Cipriani, A. C. (2024). A poesia é a rua: o graffiti como modelo poético e político para E. M. de Melo e Castro. Revista Desassossego, 16(32), 214-226. https://doi.org/10.11606/issn.2175-3180.v16i32p214-226