A língua de sinais na relação transferencial e sua dupla posição em relação à lalangue

Autori

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v25i3p501-517

Parole chiave:

surdez, voz, olhar, língua de sinais

Abstract

Este trabalho se originou no atendimento psicanalítico de crianças com surdez e seus familiares. Considerou-se, na singularidade do encontro entre o analista e o sujeito, a língua de sinais como nó inquietante ao redor da qual o Real da transferência era percebido em seus efeitos e a posição ocupada pela criança no discurso materno evidenciava-se. Os efeitos da língua de sinais transitavam entre o incômodo, com tentativas de impedir sua circulação no discurso, e o apaziguamento, em momentos em que trazia sentido e fazia movimentar a cadeia de significantes. Para além da especificidade dos conteúdos analisados, pretende-se expor considerações quanto à língua materna dos sujeitos com surdez, articulando-a com conceitos referentes à dinâmica pulsional dos objetos a - voz e olhar. Tais objetos se apresentaram de modo singular e suas particularidades estiveram relacionadas à língua materna e ao modo como ela se colocou para os sujeitos quando ocorreu o diagnóstico da surdez. Para atingir os objetivos propostos, foram utilizados trechos dos casos clínicos analisados a fim de contribuir para o desenvolvimento das proposições e articulações teóricas.

Downloads

La data di download non è ancora disponibile.

Biografie autore

  • Camila Campos Curcino Vieira, Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

    Psicóloga na Prefeitura Municipal de Uberlândia. Mestre em Psicologia pela Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG, Brasil.

  • João Luiz Leitão Paravidini, Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

    Professor Associado do Instituto de Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG, Brasil.

Riferimenti bibliografici

Assoun, P.L. (1999). O olhar e a voz. Lições psicanalíticas sobre olhar e voz. (C. P. De Almeida, trad.). Rio de Janeiro, RJ: Cia de Freud. (Trabalho originalmente publicado em 1995).

Fernandes, L. R. (2000). O olhar do engano. Autismo e o Outro primordial. São Paulo, SP: Escuta.

Formigoni, M.C. et al. (2005). Não é a língua que falta... Reflexões sobre o bilinguismo na educação dos surdos. In S. Pavone, & Y. M. Rafaeli (Orgs.). Audição, voz e linguagem: a clínica e o sujeito (pp. 190-198). São Paulo, SP: Cortez.

Jerusalinsky, J. (2009). A criação da criança: letra e gozo nos primórdios do psiquismo (Tese de doutorado). São Paulo, Brasil: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Disponível em https://tede2.pucsp.br/handle/handle/15847

Quinet, A. (2002). Um olhar a mais. Ver e ser visto na psicanálise. Rio de Janeiro, RJ: Jorge Zahar.

Lacan, J. (1985). O seminário: livro 20: mais ainda (2ª ed., texto estabelecido por J.-A. Miller). Rio de Janeiro, RJ: Jorge Zahar. (Trabalho originalmente publicado em 1972-1973).

Laznik, M.C. (2004) A voz da sereia: O autismo e os impasses na constituição do sujeito. Textos compilados por D. de B. Wanderley. (C. F. Rohenkol, et al, trad.). Salvador, BA: Álgama (Trabalhos originalmente publicados em 1992-2002).

Martini, A., & Junior, N.E.C. (2010). Novas notas sobre “O estranho”. Tempo Psicanalítico, 42(2), 371- 402. Disponível em http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-48382010000200006

Milner, J-C. (2012). O amor da língua. (P. S. de S. Júnior, trad.) São Paulo, SP: Editora da Unicamp. (Trabalho originalmente publicado em 2009).

Nasio, J. D. (1993). Cinco lições sobre a teoria de Jacques Lacan. (V. Ribeiro, trad.) Rio de Janeiro: Jorge Zahar. (Trabalho originalmente publicado em 1992).

Porge, E. (2014). Voz do eco. (V. Veras, trad.). Campinas, SP: Mercado das Letras (Trabalho originalmente publicado em 2012).

Porge, E. (2015). As vozes, a voz. In M. E. Maliska (Org.), A voz na psicanálise: suas incidências na constituição do sujeito, na clínica e na cultura (M. E. Maliska, M. M. Furlanetto, trad., pp. 21-45). Curitiba, PR: Juruá.

Roudinesco, E. (2011). Lacan, a despeito de tudo e de todos. (A. Telles, trad.). Rio de Janeiro: Zahar (Trabalho originalmente publicado em 2011).

Souto, L., D’ Agord, M. & Sgarioni, M. (2014). Gozo e mais-de-gozar: do mito à estrutura. Clinica e Cutura, 3 (1), 34-44. Disponível em https://seer.ufs.br/index.php/clinicaecultura/article/view/644

Teixeira, M.R. (2016). O objeto da pulsão (Corpo, Pulsão, Gozo - Curso Campo Psicanalítico de Salvador). Recuperado de https://www.agalma.com.br/wp-content/uploads/2017/10/O-objeto.pdf

Teixeira, M.R. (2016). O objeto da pulsão – Parte II. (Corpo, Pulsão, Gozo - Curso Campo Psicanalítico de Salvador). Recuperado de https://www.agalma.com.br/wp-content/uploads/2017/10/Mais-de-gozar-1.pdf

Vivès, J.-M. (2009). A pulsão invocante e os destinos da voz. (F. R. de Farias, trad.) Psicanálise & Barroco em revista, 7(1), 186-202. Recuperado de http://www.seer.unirio.br/index.php/psicanalise-barroco/article/viewFile/8812/7507

Vorcaro, A., & Catão, I. (2015). Invocação e endereçamento: sobre a sustentação teórica de uma práxis com o infans. In M.E. Maliska (Org.), A voz na psicanálise: suas incidências na constituição do sujeito, na clínica e na cultura (pp. 47-62). Curitiba, PR: Juruá.

Pubblicato

2020-12-28

Come citare

Vieira, C. C. C., & Paravidini, J. L. L. (2020). A língua de sinais na relação transferencial e sua dupla posição em relação à lalangue. Stili Della Clinica. Rivista Sui Destini dell’infanzia, 25(3), 501-517. https://doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v25i3p501-517