Clavícula, cantareira e saboneteira: as variedades do português formosense
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2176-9419.v25i2p197-213Palavras-chave:
Clavícula, Variante, Cantareira, SaboneteiraResumo
Esta pesquisa tem como objetivo analisar a forma “clavícula” a partir do(s) falar/falares dos moradores/migrantes de Formoso do Araguaia - TO, traçando representações sociolinguísticas no contexto semântico-lexical dos que nasceram ou vivem nessa comunidade. A questão central é compreender de que maneira essa lexia apresenta tais variações. Utiliza-se a abordagem qualitativa, baseada na Dialetologia Pluridimensional e Relacional de Thun (2010) e, a técnica dos três passos: perguntar, insistir e sugerir, a aplicação da questão 106 do QSL: “Como se chama o osso que vai do pescoço até o ombro?” A coleta dividiu-se em dois pontos de inquérito: urbano e rural, com 48 informantes em quatro grupos, das variedades do português: maranhense (PM), gaúcho (PG), caipira (PC) e ribeirinho (PR) e, em duas gerações, mais jovens (GI) e mais velhas (GII), do sexo masculino e feminino. As análises se concentraram na ocorrência, frequência e divergência das lexias. E, foram documentados em mapas polifórmicos e de status da forma. Assim, esta pesquisa contribui ao destacar as lexias predominantes na comunidade, além de oferecer insights relevantes para a sociedade em geral e para os estudos dialetais em todo o país.
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Referências
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