O Junho dos interiores: dinâmicas do protesto e experiências políticas de ativistas e militantes no interior dos estados nas Jornadas de 2013
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2176-8099.pcso.2024.230238Palavras-chave:
Jornadas de 2013, Interior dos estados, ciclos de protesto, repertórios de contestação, subjetivação políticaResumo
Tendo como tema as Jornadas de 2013 no interior dos estados, o artigo tem como objetivo descrever e analisar as dinâmicas desse ciclo de protestos durante sua interiorização, em Junho, ao lado da massificação e ampliação das manifestações em todo o Brasil. Também, tem como objetivo conhecer o impacto da experiência de participar das Jornadas para quem foi ativista e militante nesses locais. O artigo se fundamenta na Teoria dos Processos Políticos – com as categorias de ciclo de protestos e repertórios de contestação – e na categoria de subjetivação política de J. Rancière. Como método, destacam-se entrevistas semiestruturadas com seis ativistas e militantes atuantes nas Jornadas em cinco municípios do interior de três estados do país. Entre as conclusões, a caracterização do ciclo de protestos nos interiores como um ciclo curto – o “Junho dos interiores”, mas com elementos relevantes que caracterizam a dinâmica em alguns locais como um ciclo médio, dada a importância da latência e a continuidade dos atos após Junho. Também, a conclusão de que o Junho dos interiores foi lócus de um processo de subjetivação política que implicou, de um lado, a constituição de coletivos identitários e a renovação das organizações de esquerda nos anos seguintes, e, de outro, influências decisivas nas trajetórias de vida de ativistas e militantes.
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